O líder do PS, António Costa, volta a insistir na necessidade de uma rápida decisão sobre o futuro Governo. Na noite de quinta-feira, em mais um encontro com militantes do PS, o secretário-geral do PS voltou a acusar a coligação PSD/CDS de estar a lesar os interesses nacionais. “Felizmente, já nem os mercados lhes dão ouvidos”, declarou.
“É por isso que, apesar dos grandes esforços que têm feito, temos ouvido a Comissão Europeia, com posição serena”, começou por dizer Antonio Costa, corrigindo logo a seguir para “impaciente”, “porque nunca mais há condições para haver um Governo que apresente um Orçamento à CE e ao país.”
“Temos o insuspeito ministro das Finanças alemão, manifestando tranquilidade sobre o processo politico em Portugal, temos o presidente do Eurogrupo tranquilo com a situação politica em Portugal e temos as agências de ‘rating’ tranquilas com a situação politica em Portugal”, defendeu o líder socialista num plenário com militantes do PS/Lisboa.
O secretário-geral do PS acusou ainda o Governo de ter criado antes das eleições "a mentira" e o "embuste" de que os contribuintes iriam recuperar 36% do total da sobretaxa de IRS em 2016.
Lembrando ataques recentes ao PS feitos pelo primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, o líder socialista reagiu: "Quando os ouço falar em fraude, só me lembro daqueles eleitores que acreditaram nas notícias que foram dadas a poucas semanas das eleições, segundo as quais a gestão financeira tinha sido tão boa, que o país tinha os cofres tão cheios, que 35% [da sobretaxa de IRS] seriam recuperados pelos contribuintes", apontou António Costa.
Para o secretário-geral do PS, "tratou-se de uma mentira, porque afinal hoje sabe-se que não se vai recuperar nem um cêntimo da sobretaxa de IRS". "Isso foi uma mentira, foi um embuste. Temos de mudar de política", rematou o secretário-geral socialista.