O ex-chefe de Estado Maior General das Forças Armadas Artur Pina Monteiro discorda da decisão do então chefe de Estado Maior do Exército de exonerar cinco comandantes na sequência do assalto aos paióis de Tancos.
Na comissão parlamentar de inquérito, o general Pina Monteiro disse esta quarta-feira compreender as decisões de Rovisco Duarte, mas também entende a polémica causada quando este decidiu exonerar cinco comandantes com o pretexto de não perturbar as investigações.
Pina Monteiro confessa que não teria atuado dessa forma, mas também não respalda as demissões de dois generais na sequência dessas exonerações.
“A decisão que ele tomou eu caraterizou-a como singular, foi solitária, mas eu acredito que foi convicta da parte dele e por isso eu não me atrevo a fazer nenhum juízo de valor. Os dois generais que aqui passaram explicaram também as razões para pedirem a demissão. Eu também não faço nenhum juízo de valor, mas, se me pergunta o que é que eu faria em relação àquilo, eu diria que não faria nada daquilo, nem de um nem de outros”, declarou.
Os cinco comandantes acabaram por ser renomeados passadas algumas semanas pelo general Rovisco Duarte.
Em resposta ao deputado Jorge Machado, do PCP, Pina Monteiro disse ainda que não foi informado sobre nenhuma dessas decisões.
O ex-chefe de Estado Maior General das Forças Armadas foi também questionado sobre a expressão que usou na altura do assalto a Tancos, quando disse ter sido um murro no estômago. “Foi um murro no estômago, mas que se sentiu muito na cabeça e no coração”, afirma agora o militar.