Portugal está em boa posição para ser uma referência no transporte e armazenamento de dados, defendeu esta terça-feira, em Sesimbra, o primeiro-ministro, António Costa.
O chefe do Governo assinalou a chegada do cabo submarino da Google, o Equiano, que pode trazer ganhos de 500 milhões de euros, por ano, à economia portuguesa.
“Nós somos não só o ponto de melhor localização dos cabos, mas somos o ponto onde, junto aos cabos, melhor podem ser localizados os data centres e todas as indústrias associadas aos dados, porque somos também um dos países que pode ter melhores condições para produzir energia renovável a mais baixo custo e, por isso, diminuir os custos funcionamento e instalação dos data centres”, argumentou o chefe do Governo.
Nesta ocasião, onde marcou presença também o ministro da Economia e o ministro das Infraestruturas, lembrou ainda que Portugal tem também os recursos qualificados necessários ao setor.
“Temos uma média de jovens na casa dos 20 anos a frequentar o ensino superior, que é superior à média da União Europeia”, disse Costa, acrescentando que, se se olhar em particular “para o número de recém graduados em engenharia, em função da população, só dois países da União Europeia tem uma maior densidade de Portugal: a Alemanha e a Áustria”.
“Somos, por isso, o terceiro país da União Europeia com maior densidade de recém-licenciados em engenharia”, rematou.
Nesta intervenção, Costa lembrou que "não há mundo digital sem estruturas físicas" e que os cabos submarinos, como o que está prestes a chegar a Portugal, "são as pontes do século XXI".
Cabo de 15 mil quilómetros entre Portugal e África
O cabo Equiano é um cabo de fibra ótica com 15 mil quilómetros de extensão que vai ligar Portugal a África do Sul e outras paragens africanas, permitindo uma ligação de internet 20 vezes mais rápida que a atual.
Este cabo submarino está há dois anos a ser estendido no fundo do oceano e deve chegar a Sesimbra nos próximos dias. A estimativa é que entre em funcionamento em 2022.
Segundo as contas da Google, uma das proprietárias deste cabo, a melhoria da conectividade pode vir a ter um impacto de até 500 milhões de euros anuais no PIB nacional.