O presidente da Associação dos Lesados do Banif (ALBOA), Jacinto Silva, anunciou hoje a intenção de fazer uma participação ao Ministério Público para que seja aberto um processo de investigação sobre a falência do banco.
O anúncio foi feito aos jornalistas, em Lisboa, durante uma manifestaçãoque reuniu algumas dezenas de lesados que começaram a manifestar-se junto à Praça do Comércio e percorram as ruas da baixa lisboeta para protestarem em frende a agências do Santander Totta, instituição que comprou parte da actividade bancária do Banif, e instalações do Banco de Portugal.
"Temos indícios, que vamos participar ao Ministério Público. Queremos saber por que razão não houve uma assembleia de accionistas antes da resolução do Banif? E porque razão não se abriu um concurso público?", afirmou Jacinto Silva, criticando ainda a falta de "seriedade" de o Banco de Portugal ao "ter dado 24 horas" para ser apresentada uma proposta de compra do banco.
"Estes comportamentos não são admissíveis. Exigimos um esclarecimento, para apurar os responsáveis/ladrões. Não vamos desistir enquanto não se apurar a verdade. O Estado tem de assumir as suas responsabilidades", acrescentou.
A associação lembrou que passaram oito meses desde a resolução do Banif e que até hoje não se sabe quem foram os responsáveis pela resolução do banco.
"Esta resolução foi um circo, por isso estamos [os manifestantes] com narizes vermelhos de palhaço", explicou.
O protesto de hoje foi a primeira manifestação dos lesados do Banif a nível nacional, uma vez que as anteriores ocorreram nas ilhas dos Açores e da Madeira.
A 20 de Dezembro do ano passado, o Governo e o Banco de Portugal anunciaram a resolução do Banif com a venda da actividade bancária ao Santander Totta por 150 milhões de euros e a criação da sociedade-veículo Oitante para a qual foram transferidos os activos que o Totta não quis comprar.
Continua a existir ainda o Banif, agora 'banco mau', onde ficaram os accionistas e os obrigacionistas subordinados, que provavelmente nunca receberão o dinheiro investido.
Além de vários protestos para dar a conhecer a sua indignação com o que se passou no Banif, a ALBOA anunciou este mês que vai avançar com uma acção judicial contra a TVI, que avançou em Dezembro de 2015 com a notícia do encerramento do banco.