A Commonwealth manifestou a sua disponibilidade para apoiar Moçambique na assistência a populações deslocadas devido à violência armada em Cabo Delgado, no Norte de Moçambique, informou fonte oficial.
A posição foi assumida durante uma conversa telefónica entre o chefe de Estado moçambicano, Filipe Nyusi, e o ministro para Assuntos da Commonwealth no Ministério dos Negócios Estrangeiros, Tariq Ahmad, segundo uma nota do Presidente de Moçambique divulgada esta terça-feira na sua página na rede social Facebook.
"O governante britânico condenou os atos terroristas em Cabo Delgado e manifestou interesse do seu país em apoiar as ações da Agência de Desenvolvimento Integrado do Norte, incluindo o apoio humanitário aos deslocados", refere a nota de Filipe Nyusi.
A violência armada em Cabo Delgado, província onde avança o maior investimento privado para a exploração de gás natural em África (liderado pela Total), já causou a morte de, pelo menos, 1.059 pessoas em quase três anos, além da destruição de várias infraestruturas.
De acordo com as Nações Unidas, a violência armada levou à fuga de 250.000 pessoas de distritos afetados pela insegurança, mais a norte da província.
A capital provincial, Pemba, tem sido o principal refúgio para as pessoas que procuram abrigo e segurança em Cabo Delgado, mas há quem prefira fugir para outros distritos e até províncias da região, com destaque para Nampula.
Além da violência armada em Cabo Delgado, Filipe Nyusi e Tariq Ahmad debateram as "experiências sobre a gestão das medidas de resposta à pandemia da covid-19" e a Cimeira dos Chefes de Estado e de Governo da Commonwealth, agendada para 2021, em Kigali, Ruanda.