A Federação Académica do Porto (FAP) lançou uma campanha de sensibilização com o mote "Não Envergonha Portugal" para alertar para os temas da emigração e da emancipação dos jovens, num período de eleições legislativas.
Em declarações à Renascença, presidente da FAP, Francisco Porto Fernandes, considera ser crucial chamar a atenção da sociedade para temas como este, num momento em que os dados mostram que “a geração que hoje tem vinte e poucos anos é a primeira a viver pior do que a dos seus pais.”
Quanto ao mote da campanha, o presidente da FAP afirma que não se trata de “uma frase feita, é mesmo verdade e as estatísticas provam-no".
“O rosto das estatísticas somos nós, os jovens, que muitas vezes estudamos anos e anos em Portugal e a única saída que nos resta é mesmo um voo da TAP para fora do país”, afirma.
Francisco Porto Fernandes destaca as condições em que os jovens estão atualmente, salientando que a geração atual sai de casa dos pais cada vez mais tarde, “em média aos 30 anos”, quando já praticamente ultrapassaram a faixa etária de jovem.
"As rendas são superiores aos nossos salários muitas vezes e 30% dos jovens que nasceram em Portugal vivem no estrangeiro, o que é uma perda de recursos humanos e de capital humano brutal para o país e é expulsar os netos de Abril”, argumenta.
Embora tenha esta ação de sensibilização, “a FAP tem uma posição construtiva”, baseada num caderno de medidas “com objetivos e propostas concretas para a legislatura, ou seja, a FAP não tem aqui uma posição meramente reivindicativa.”