O Sindicato Nacional do Ensino Superior (SNESUP) avisa que os estudantes do litoral têm dificuldades em deslocar-se para ir estudar para o interior.
Este domingo são conhecidos os resultados da primeira fase de colocações para o novo ano letivo do Ensino Superior. Ao todo, 49.438 estudantes conseguiram entrar nas universidades e politécnicos públicos nesta primeira fase: 56% ficaram colocados na primeira opção de candidatura e 87% numa das três primeiras opções.
No entanto, à Renascença, o presidente do sindicato realça que esta estatística não é totalmente positiva.
José Moreira realça que "é fundamental os jovens ter uma experiência fora da cidade da origem", mas "tendo em conta os preços de alojamentos é extremamente difícil".
"O interior tem problemas de recrutamento, sobretudo, porque há dificuldades em mover os jovens do litoral para o interior", reitera.
O presidente do SNESUP refere que "as famílias não têm poder de compra que permita sustentar" estas deslocações para universidades do interior.
"Os alunos que as frequentam são, sobretudo, originários da região, o que por um lado é mau", reitera.
O SNESUP destaca como positivo o aumento de estudantes em Medicina, mas alerta que isso pode não significar um aumento de vagas para profissionais no SNS.
José Moreira perspetiva, ainda, uma "tempestade perfeita" que pode provocar uma escassez de professores no Ensino Superior, daqui a alguns anos.
"Tiveram uma diminuição do pdder de compra em 30% e são uma classe que está a envelhecer", aponta.