O antigo secretário de Estado da Energia, Nuno Ribeiro da Silva, considera que uma potencial corrida aos postos de combustíveis para abastecer o carro antes da greve dos motoristas “não é solução”.
Nuno Ribeiro da Silva contraria assim o aviso deixado pelo ministro das Infraestruturas, que esta semana aconselhou os portugueses a terem os carros atestados antes do início da greve dos motoristas de pesados de mercadorias, agendada para 12 de agosto.
“Não é solução para o problema de as pessoas manterem um conforto de autonomia de combustível para as voltas que tenham a dar”, declarou o antigo governante à Renascença esta quinta-feira.
Na mesma entrevista à Renascença, Nuno Ribeiro de Silva considera ainda que é necessário fazer um alerta para que os consumidores não procurem acumular combustível em casa.
“Há sempre algum risco de uma tentação das pessoas levarem combustível nos famosos jerricans ou garrafões para casa, o que é uma questão de risco e isso deve ser alertado. As pessoas que nem sonhem em andar a pôr gasolina na banheira ou a levar garrafões de gasolina ou gasóleo para casa”, adverte.
Ribeiro da Silva considera ainda que, se a paralisação for para a frente, não há muita margem de manobra ao alcance do Governo para evitar constrangimentos maiores.
“Fora a questão dos serviços mínimos e de requisição civil não há muito que se possa fazer", explica. "Às vezes fala-se das chamadas reservas estratégicas, [mas] não é por aí que eu estou a ver que se resolva o problema. A questão não está em não haver refinados, a questão está em depois fazê-los chegar aos pontos de consumo.”