O PSD tem revelado “incapacidade de construir e liderar uma nova maioria” e tem de fazer uma “reflexão profunda” sobre essa incapacidade e agir rapidamente. É o repto lançado por Pedro Rodrigues, deputado e ex-líder da JSD, que culpa Rui Rio pelo “crescimento exponencial dos partidos à direita do PSD”.
“O PSD precisa de desenvolver uma profunda reflexão sobre as razões que conduzem à sua incapacidade de construir e liderar uma nova maioria, ser com essa reflexão consequente e, sobretudo agir rapidamente dando voz aos anseios de centenas de milhares de portugueses que não se sentem politicamente representados”, escreve o deputado num comunicado enviado à Renascença.
“A reconfiguração do sistema político à direita do PSD, apontado pelas sucessivas sondagens nos últimos 18 meses e confirmado pelos resultados eleitorais das eleições presidenciais, significam a falência da liderança de Rui Rio. Significam a incapacidade que o PSD tem revelado em ser oposição assertiva e alternativa de esperança para Portugal”, analisa Pedro Rodrigues que, nos últimos tempos, tem sido uma das vozes mais críticas da liderança social-democrata.
Pedro Rodrigues demitiu-se do cargo de coordenador do PSD na comissão parlamentar de Trabalho por discordar da forma como Rui Rio gere o partido e a coordenação com os deputados.
Também foi este deputado que fez um projeto de resolução a apoiar a realização de um referendo à eutanásia por considerar que esse era o caminho para dar cumprimento ao que foi decidido em congresso. Contudo, a direção de Rui Rio não acompanhou esse apoio ao referendo.
Agora, na sequência das eleições presidenciais, Pedro Rodrigues volta a aponta as falhas que encontra no seu partido e na sua relação com os portugueses.
“A situação que o país vive exige um PSD que se afirme como alternativa. Que compreenda a insatisfação e a frustração dos portugueses e os represente. Que lidere uma nova maioria não socialista em Portugal”, pede este ex-líder da JSD.
Pedro Rodrigues elenca o que considera necessário aos sociais-democratas: “um PSD que não se perca em grupos de trabalho interno, mas que seja consequente no Parlamento. Um PSD que não tenha medo de estar na rua junto dos portugueses que perderam o seu emprego e os seus rendimentos. Um PSD que não abandone as empresas sufocadas pela situação económica. Um PSD que lute ao lado dos trabalhadores a recibo verde que não tem apoio por parte do Estado”.