A diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI) afastou esta sexta-feira um cenário de recessão em 2023.
No último dia do Fórum Económico Mundial, a decorrer em Davos, na Suíça, Kristalina Georgieva mostrou-se menos pessimista e referiu que os indicadores estão "um pouco melhor do que há alguns meses atrás", embora a tempestade ainda não tenha passado.
Apesar de "a inflação ter melhorado e estar a ir na direção certa", a directora-geral do FMI não acredita que haja "uma melhoria drástica" na atual previsão de crescimento, de 2,7%.
Georgieva admite que o crescimento da China pode, mais uma vez, exceder a média global este ano. Além disso, o mercado de trabalho está em excelente forma e as famílias estão "a consumir e a sustentar o crescimento", indicou.
No entanto, subsistem riscos, como a incerteza sobre a evolução da inflação, porque a atual tendência descendente dos preços pode inverter-se.
A responsável alerta ainda para a possibilidade de rutura das cadeias de abastecimento, uma consequência da guerra na Ucrânia que tem tido um grande impacto no comércio, o motor do crescimento nas últimas décadas.
“Manter o curso é o mantra”, diz BCE sobre juros
No mesmo painel esteve a presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, que na edição deste ano de Davos também reconheceu melhorias na economia, depois de um ano de 2022 com taxas de crescimento invulgares. Mas também avisou que a inflação "permanece a níveis muito elevados".
Sobre as taxas de juro, Lagarde diz que a autoridade monetária mantem-se focado em "manter o curso, é o mantra da política monetária do BCE".
A China voltou a acordar, pretende crescer 5,5% e é claro que "a sua política de 'covid zero' causará muitas vítimas, mas permitirá ao país regressar ao caminho do crescimento", acrescentou. Este crescimento vai voltar a subir os preços da energia, o que irá afetar a inflação.