Leia também
- Rampa deslizante na eutanásia. Mito ou realidade?
- Eutanásia. Os casos mais marcantes e polémicos
- Eutanásia. Onde é legal, e em que condições?
- Eutanásia? Distanásia? Cuidados paliativos? Um dicionário para orientar no debate
O bispo de Viana do Castelo, D. Anacleto Oliveira, considera que a eutanásia é "um sintoma de uma crise profunda" que a sociedade atravessa, "em que há uma falta de respeito pela vida humana em geral" e, em particular, pelas "pessoas que são um peso para a sociedade".
"É essa a questão de fundo e, portanto, [a eutanásia] é um sintoma de um certo comodismo que se vai apoderando da nossa sociedade e contra o qual nós devemos lutar", defendeu o bispo de Viana do Castelo esta terça-feira, em entrevista à Renascença.
Questionado sobre o retorno do tema da eutanásia ao debate público e ao Parlamento, D. Anacleto Oliveira defende que este é "um desafio" não só "naturalmente para os católicos" mas "para os portugueses em geral".
"É um desafio que devemos aproveitar, para criar nas pessoas um respeito muito grande pela vida humana, não apenas em relação a este aspeto em concreto mas em geral", sustenta.
O debate e votação das quatro propostas de lei sobre eutanásia que estão atualmente no Parlamento decorre no próximo dia 20 de fevereiro e, da que forma que o atual hemiciclo é composto, espera-se que pelo menos uma seja aprovada. A votação final global será depois agendada, mas dificilmente se realizará antes de abril.
Face a isto, D. Anacleto Oliveira defende que "devemos lutar por esta frente comum" de respeito pela vida humana. "Repito: esta crise tem muitos sintomas e a questão da eutanásia é apenas um deles."