O presidente da associação ambientalista Zero acredita que o aumento do degelo na Gronelândia é “um círculo vicioso” que vai aumentar ainda mais a emissão de gases com efeito de estufa.
Em declarações à Renascença, Francisco Ferreira explica que, nas zonas onde antes havia gelo, há agora rochas, vegetação e zonas pantanosas que vão fazer subir as emissões de metano – e trazer consequências a nível local, mas também global.
“O metano até é mais forte do que o dióxido de carbono. Em primeiro lugar, aquele degelo significa aumento do nível do mar, mas também é uma mudança grande para quem vive na Gronelândia. A vida das populações era suportada pelos ecossistemas e animais dessa região e agora esses recursos podem deixar de estar disponíveis”, detalha.
O estudo da Universidade de Leeds no Reino Unido indica ainda que muitas previsões sobre o avanço das alterações climáticas acabaram por não se confirmar – por exemplo, em t30 anos, o nível de vegetação mais do que duplicou em relação ao estimado.
Francisco Ferreira considera que este é “mais um sintoma” de que as alterações provocadas pelas alterações climáticas estão “infelizmente a surgir mais rapidamente do que aquilo que previmos”. Por isso, o especialista pede uma “ação concertada e que saia rapidamente do papel para a prática”.
“Os acordos da COP 28 procuram dar uma solução para a redução das emissões de gases de efeito de estufa e, obviamente, também terão um impacto positivo na mitigação das consequências da Gronelândia. Sabemos que tudo precisa do seu tempo. Mas estes alertas fazem-nos perceber temos de ir muito mais rapidamente”, remata.