Diogo Lacerda Machado. “Tenho muito orgulho no que fiz e espero continuar a ser útil" na TAP
12-06-2017 - 11:15
 • Pedro Mesquita com Marta Grosso

É a resposta na primeira pessoa às críticas de Passos Coelho. Na Renascença, Diogo Lacerda Machado diz que já aceitou o cargo para a administração da TAP.

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Diogo Lacerda Machado, acusado pelo líder do PSD de “pouca-vergonha” por aceitar a nomeação para a administração da TAP, diz sentir orgulho em tudo o que fez na transportadora e em ter ajudado “a salvaguardar o interesse público”.

Apesar de, por regra, “não prestar declarações públicas”, o negociador da reversão da privatização da TAP aceitou responder à Renascença e “limitar-se a dizer” que tem “muito orgulho" naquilo que pôde "ajudar a fazer para a salvaguarda do interesse público, de serviço à integração e integridade do património público do Estado”.

Salientando ter natural “respeito pelo líder do maior partido da oposição, antigo primeiro-ministro”, reforça o orgulho no que “ajudou a fazer sob as orientações do senhor ministro do Planeamento e das Infra-estruturas”.

“Tenho, sobretudo, uma muitíssimo firme convicção de que a TAP está num extraordinário caminho de sucesso e, portanto, sinto um especial orgulho pessoal por ter podido, até aqui, contribuir para isso”, acrescenta.

Durante o fim-de-semana, Passos Coelho classificou como uma "pouca-vergonha” a contratação de Diogo Lacerda Machado para a administração TAP, tendo sido o negociador, em nome do Estado, da reversão da privatização da empresa.

Nestas declarações à Renascença, Diogo Lacerda Machado, conhecido por ser o "melhor amigo" de António Costa e negociador em nome do Governo em vários dossiês, anuncia que já aceitou o cargo. “Quero ter a certeza de que a minha contribuição vai poder também ser útil”, afirma.

Na esfera socialista, o líder parlamentar, Carlos César, retribuiu as críticas de Passos Coelho, considerando "perverso e uma pouca vergonha" o que aconteceu durante o Governo do PSD, quando antigos membros do executivo, depois das privatizações, foram para empresas como EDP e ANA.

"A nomeação de Diogo Lacerda Machado, como representante do accionista público, é um corolário de ter sido ele, justamente, quem representou e actuou em nome do Estado no regresso do capital público à empresa. Está a representar quem antes representou, e muito bem", afirmou à agência Lusa.

O ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, disse, este domingo, que Diogo Lacerda Machado "já deu provas de saber negociar vários dossiês complexos, mas sobretudo saber interpretar bem os interesses públicos".