A Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (Fundação AIS) promete continuar a apresentar o relatório de liberdade religiosa no mundo de 2023 porque “é muito importante chegar ao maior número possível de pessoas e informar sobre o verdadeiro estado da liberdade religiosa no mundo”.
A responsável pelo secretariado português da AIS, Catarina Bettencourt Martins, considera "muito importante" manter o assunto na atualidade informativa.
O último relatório datado de junho do ano passado revela que um em cada três países do mundo não tem liberdade religiosa básica.
De então para cá, a Fundação AIS tem divulgado o relatório em diferentes locais. A próxima apresentação é já no sábado, em Coimbra.
Catarina Bettencourt Martins diz à Renascença que é preciso insistir na informação “de que existem milhões de pessoas que hoje vivem em países onde não há liberdade religiosa e onde há perseguição religiosa, porque só dessa forma poderemos fazer algo e fazer a necessária pressão sobre governos e países para que haja uma mudança efetiva e para que haja uma verdadeira liberdade religiosa".
A Fundação AIS classifica de "chocante" a forma como a Comunicação Social ignorou um recente massacre na Nigéria que vitimou cerca de 200 cristãos. “É chocante perceber que nas vésperas de Natal houve este massacre da comunidade cristã na Nigéria com 200 pessoas mortas e de facto o eco na comunicação social foi praticamente zero”.
“Muitas vezes, o que não passa na comunicação social é como se não existisse. Por isso, é muito importante a divulgação dos problemas relacionados com a liberdade religiosa”, acrescenta.
A responsável diz que “é muito triste nós cristãos do Ocidente não nos preocuparmos com o que aconteceu em vésperas do Natal a esses nossos irmãos”.
Na opinião de Catarina Bettencourt Martins, o mesmo se passa em relação a Moçambique, com a pouca divulgação dos atos de violência da responsabilidade do "terrorismo islâmico".
"Os nossos meios de comunicação e os nossos governos ignoram o que se passa em Moçambique onde continua a ameaça Jihadista com as populações deslocadas e com o mínimo para sobreviver que é possível com o apoio da Igrejas e das ONG que estão no terreno”, sublinha.
Apesar da recente libertação de dois bispos e de cerca de 15 sacerdotes, a situação relativa à liberdade religiosa na Nicarágua continua a ser uma prioridade para a Fundação AIS. Catarina Bettencourt Martins lembra que subsiste um "problema gravíssimo com algumas dioceses a serem dirigidas por bispos que estão no exílio".