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A Igreja está preocupada com o final do mês e o pagamento de ordenados a trabalhadores das instituições do setor social, diz à Renascença o presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana, D. José Traquina.
O também bispo de Santarém afirma que, no final do mês, "as instituições da Igreja e não só, vão ter grande dificuldade em pagar ordenados porque não receberam aquilo que deviam ter recebido".
D. José Traquina receia que, ao problema social que estamos a viver, se possa juntar uma dificuldade económica.
"A falta de liquidez, a falta de dinheiro é um problema económico" que, na opinião de D. José Traquina, tem de merecer o alerta do Estado.
O presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social espera que o Estado "tenha em conta dificuldades acrescidas das instituições que mantêm a mesma despesa e os mesmos serviços".
D. José Traquina diz que "será dramático" se as pessoas que estão a trabalhar "em condições de insegurança não forem compensadas", porque "não há dinheiro para lhes pagar o ordenado".
Nesta entrevista à Renascença, o bispo de Santarém afirma também a sua preocupação com os refugiados que se encontram na Grécia.
Mais acompanhamento aos idosos
Recorda que "aos bispos da Europa foi pedido corredores humanitários para aquelas pessoas". D. José Traquina admite que a Igreja tem alguns espaços para acolher as pessoas, mas " o problema é exigirem-nos as melhores condições do mundo".
Noutro plano, o bispo classifica de curioso o facto de "os idosos estarem mais descontraídos, quando afinal são eles quem está mais exposto ao contágio do vírus".
D. José Traquina recomenda "mais acompanhamento porque como são pessoas de mais idade e não usam os meios de comunicação e interação que utilizam as jovens gerações" sentem-se mais isoladas. O bispo admite que "a tentação de sair e contactar ao vivo é maior. E isso também se compreende".