Os ministros das Finanças europeus reúnem-se esta segunda-feira por videoconferência para acordar, com sentido de urgência “sem precedentes”, medidas que mitiguem o impacto económico do surto do novo coronavírus, que ameaça mergulhar a economia europeia na recessão.
“Tenho estado em contacto próximo com os ministros das Finanças, o Banco Central Europeu, a Comissão Europeia e outras instituições para preparar a nossa reunião. […] Este sentido de urgência e esforço de coordenação não tem precedentes na zona euro”, escreveu durante o fim de semana o presidente do Eurogrupo, Mário Centeno, na sua conta oficial na rede social Twitter.
Numa série de quatro publicações, o presidente do fórum informal de ministros da zona euro indica que a reunião de hoje, alargada aos países que não fazem parte da moeda única, “será dedicada à resposta ao Covid-19” e, reconhecendo que “a grande parte da ação política inicial cabe às capitais”, adianta que conduzirá os trabalhos no sentido de que o Eurogrupo acorde “uma resposta política global e coordenada ao nível da UE para esta crise de saúde”.
“Esta reunião do Eurogrupo será um passo importante no nosso caminho para conter o vírus. Estou convencido de que, à medida que a situação evolui, outros passos serão dados. Permaneceremos juntos para ultrapassar o medo e relançar as nossas economias”, escreve.
A concluir as suas publicações sobre a reunião de hoje, o ministro das Finanças português explica que a mesma realizar-se-á por videoconferência, dadas as medidas restritivas em curso por toda a Europa.
Centeno observa que “este formato assegurará a representação sistémica” dos Estados-membros e “protegerá o processo de tomada de decisão coletivo neste período crítico”.
Na sexta-feira, a Comissão Europeia já admitiu como “muito provável” que o crescimento da economia da zona euro e do conjunto da União recue para níveis abaixo de zero este ano, face ao “choque” provocado pelo surto de Covid-19.
A presidente da Comissão Europeia anunciou na sexta-feira uma verba de 37 mil milhões de euros para apoiar o setor da saúde e as pequenas e médias empresas afetadas pelo novo coronavírus, que começa a causar um “tremendo choque” económico.
Portugal pode vir a arrecadar 1,8 mil milhões de euros em fundos europeus para apoiar setores afetados pela Covid-19, na saúde ou nas pequenas e médias empresas, no âmbito desse ‘bolo’ de 37 mil milhões.
Na prática, o executivo comunitário propôs redirecionar 37 mil milhões de euros de investimento público europeu para fazer face às consequências, tendo por base a opção de Bruxelas de abdicar de reclamar aos Estados-membros o reembolso do pré-financiamento não utilizado para os fundos europeus estruturais e de investimento para 2019.