O número de queixas contra a Uber e Bolt, operadoras de transporte de passageiros em carros descaracterizados, aumentou 50%.
Segundo o Portal da Queixa, desde o início do ano e até 9 de maio, registaram 511 queixas. No período homólogo o número ficou pelas 342 reclamações, o que representa um aumento da ordem dos 50%.
Pedro Lourenço, fundador do Portal da Queixa, revela que as principais razões de queixa são “as cobranças indevidas” e “valor excessivo” do serviço prestado.
10 anos depois de ter chegado a Portugal, o setor dos TVDE “demonstra uma tendência clara do descontentamento”, acrescenta Pedro Lourenço.
O fundador do Portal da Queixa admite que, perante esta quebra de satisfação, pode “existir uma debandada” de regresso aos táxis tradicionais que, nos últimos anos, tem atualizado o serviço que presta.
“Hoje em dia temos serviço de táxi também através da aplicação, temos muito daquilo que são estas funcionalidades, muito mais tecnológicas, muito mais próximas do consumidor, também já a serem utilizadas através do setor dos táxis, o que quer dizer que será, neste momento, bastante mais inteligente para o consumidor optar novamente por um táxi, tendo em conta que acaba por ter exatamente as mesmas condições do serviço”, argumenta.
Motoristas também se queixam
Da parte dos motoristas, há também queixas contra as operadoras – Uber e Bolt. Pedro Lourenço refere que são reclamações “laborais, nomeadamente alguma dificuldade no acesso à conta e ao bloqueio da mesma por parte dos operadores”.
“Quando [Uber e Bolt] entendem que há uma violação ou pelo menos não há um cumprimento daquilo que são as regras, estas contas são bloqueadas, o que, alegadamente, impede a continuidade na prestação deste serviço por parte destes motoristas”, detalha.
Segundo o Portal da Queixa, as reclamações dos motoristas aumentaram 53%, de 2023 para 2024.