A representante da CGTP, Ana Pires, criticou esta quinta-feira, as propostas que o Governo levou à Concertação Social, considerando mesmo que "os trabalhadores têm razões acrescidas para sair à rua".
No final da reunião, ouvida pelos jornalistas, a figura do sindicato diz que, em primeiro lugar "há um problema que antecede o valor em si" das propostas do Executivo.
"Os aumentos do setor privado não são aumentos por decreto, são negociados. Enquanto se mantiverem normas que os bloqueiam e são armas de chantagem nas mãos dos patrões, aquilo que podemos dizer é que sem esta revogação, qualquer referencial que o Governo coloque é um referencial com muitas boas intenções, mas que na prática não existe", defende, referindo-se à vontade da CGTP de ver a revogação da norma da caducidade e a reintrodução do tratamento mais favorável.
Já quanto à valorização salarial, Ana Pires acredita que tal valor continua a implicar perda de compra por parte dos trabalhadores e "não se trata de um aumento".
E em relação ao aumento do salário mínimo para 760 euros, o elemento da Comissão Executiva da CGTP que os trabalhadores só levam para casa 677 euros.
"Qualquer trabalhor consegue perceber as dificuldades na sobrevivência só com este valor", refere.
Ana Pires aponta que haverá novas reuniões bilaterais esta sexta-feira com o Governo.