Já tinha acontecido em 2010 e 2016, agora volta a acontecer em 2019. De acordo com o júri que reuniu ontem na sede do grupo editorial, foi decidido por “unanimidade não atribuir este ano o Prémio LeYa”. Em causa está a qualidade das obras a concurso. Em comunicado, o júri presidido pelo poeta Manuel Alegre, refere que “as obras concorrentes não correspondem aos parâmetros de qualidade literária exigidos pelo Prémio.”
O Prémio Leya que na sua primeira edição distinguiu o livro “O Rastro do Jaguar” de Murilo Carvalho, tem o valor de 100 mil euros. É o maior prémio literário para obras inéditas do universo de língua portuguesa. A entrega estava marcada para esta quarta-feira ao meio-dia na sede da Leya, mas a cerimónia foi cancelada, depois do júri alegar o artigo 9, alínea f do regulamento que prevê a não entrega do prémio.
O júri é composto por Lourenço do Rosário, professor de Letras e antigo reitor da Universidade Politécnica de Maputo; José Carlos Seabra Pereira, professor de Literatura Portuguesa da Universidade de Coimbra e responsável da Pastoral da Cultura; os escritores e poetas Nuno Júdice e Manuel Alegre que preside ao júri; a escritora Ana Paula Tavares de Angola; a jornalista e crítica literária portuguesa Isabel Lucas, e o editor, jornalista e tradutor brasileiro Paulo Werneck.
À edição de 2019, concorreram 409 originais, mais 61 do que em 2018, refere a Leya em comunicado. Os originais que chegam ao júri anónimos, são provenientes de 14 países, embora a maioria seja proveniente de Portugal e Brasil. Há segundo a editora originais de países como Alemanha, Angola, Bélgica, Cabo Verde, Espanha, França, Inglaterra, Itália, Moçambique, Singapura, Suíça e Estados Unidos.
Desde 2008 que o Prémio Leya já revelou novos nomes da literatura. Na lista de premiados estão o romance “O Rastro do Jaguar”, de Murilo Carvalho que venceu no ano inaugural do prémio; “O Olho de Hertzog”, de João Paulo Borges Coelho que venceu em 2009. Depois de em 201o, o prémio ter ficado por entregar, em 2011 foi o livro “O Teu Rosto Será o Último”, de João Ricardo Pedro que foi distinguido e o autor ficou então conhecido pelo facto de estar desempregado quando venceu o prémio. Em 2012, foi Nuno Camarneiro o vencedor com “Debaixo de Algum Céu”, seguiu-se Gabriela Ruivo Trindade, em 2013, com “Uma Outra Voz”.
Afonso Reis Cabral que venceu este ano o Prémio Saramago, ganhou em 2014 o Prémio Leya com o seu livro de estreia “O Meu Irmão”; em 2015 o vencedor foi António Tavares com “O Coro dos Defuntos”. Em 2016 não foi de novo entregue o prémio leya e em 2017, o livro “Os Loucos da Rua Mazur”, de João Pinto Coelho recebeu a distinção do júri. No último ano o Prémio LeYa foi, pela segunda vez, para um escritor brasileiro, o autor Itamar Vieira Júnior com o livro “Torto Arado”, romance publicado em Portugal e no Brasil.