Gonçalo Amaral congratula-se com a derrota dos pais de Maddie McCann nas instâncias europeias e acusa a Polícia Judiciária (PJ) de deixar cair a investigação.
Em declarações à Renascença, o ex-inspetor diz mesmo que o atual diretor PJ, Luís Neves, tem alguma responsabilidade, até porque fez parte da investigação aquando do desaparecimento da menina britânica.
O antigo coordenador de investigação criminal da Judiciária considera que o caso Maddie devia ser revisto pelos investigadores portugueses.
“Onde está [o caso] bloqueado? Na Polícia Judiciária. A Polícia Judiciária já deveria ter tido a iniciativa de rever a investigação, à séria. Nomeadamente, o atual diretor da PJ, o Dr. Luís Neves, esteve na investigação, ele sabe como chegámos àquelas conclusões. Aquelas conclusões não foi só eu que as tomei ou cheguei a elas sozinho, nem o meu colega inspetor-chefe Tavares de Almeida, nem o Dr. Guilhermino da Encarnação, já falecido, que era o diretor de Faro, também com o Dr. Luís Neves”, afirma Gonçalo Amaral.
“E é o Dr. Luís Neves que, quando foi depor no meu julgamento da indemnização, me diz que o processo… já se deveria ter arranjado um bode expiatório para acabar com o processo”, adianta.
Questionado se atual diretor da PJ está a ser manietado, Gonçalo Amaral não acredita nessa possibilidade.
“Eu conheço-o muito bem. Sei que ele não se deixa manietar, mas no fundo não deve estar a ligar muito à situação e quase a delegar noutras pessoas”, argumenta.
Gonçalo Amaral em declarações à Renascença depois de ter sido conhecida a decisão do Tribunal Europeu dos Direitos Humanos, que esta terça-feira decidiu a favor da Justiça portuguesa no caso Maddie McCann.
O processo foi interposto pelos pais da criança britânica que desapareceu em 2007 de uma casa na Praia da Luz, no concelho de Lagos.
Em declarações à Renascença, o ex-inspetor da PJ congratulou-se com a derrota do casal McCann no Tribunal Europeu dos Direitos Humanos.
“O que está aqui em causa é uma vitória da justiça portuguesa contra aqueles que não querem a descoberta da verdade, nem a realização da justiça”, afirma Gonçalo Amaral.