Em causa está a publicação das previsões macroeconómicas intercalares de verão do executivo comunitário, que passam a ser divulgadas em setembro e não em julho como acontecia até então - para que os serviços da instituição possam recolher dados sobre o PIB e a inflação medida pelo Índice Harmonizado de Preços no Consumidor -, com a mudança de calendário a ser justificada pelo "valor acrescentado" e a "imagem mais precisa da situação e das perspetivas económicas à medida que o outono se aproxima".
Outra alteração é que estas projeções intercalares passam a incluir apenas os agregados da zona euro e da UE e as seis maiores economias comunitárias (Alemanha, França, Itália, Polónia, Holanda e Espanha), ficando de fora países como Portugal.
"A evolução económica mais recente dos outros Estados-membros será abordada na análise global e será tida em conta no cálculo dos agregados", referiu a Comissão Europeia numa informação à imprensa, notando que os dados completos vão ser divulgados nas projeções de outono, que vão ser publicadas em novembro.
As previsões económicas desta segunda-feira surgem numa altura de "tímidas" subidas do PIB, depois de na semana passada o gabinete estatístico comunitário, Eurostat, ter divulgado que, no segundo trimestre deste ano, o crescimento da economia da zona euro abrandou para 0,5% e o da UE para 0,4%, face aos 1,1%, em ambos os casos por comparação com período homólogo.
Na variação em cadeia, o PIB dos países da moeda única cresceu uns ligeiros 0,1% (menos do que os 0,3% previstos em agosto) e o do conjunto dos 27 Estados-membros manteve-se estável face aos primeiros três meses do ano.
No primeiro trimestre, o PIB tinha avançado 0,1% na zona euro e 0,2% na UE. Também por esta altura, estabilizam as taxas de inflação nos 20 países da moeda única.
De acordo com o Eurostat, a taxa de inflação anual na zona euro manteve-se em agosto estável face a julho, nos 5,3%, mas abaixo dos 9,1% homólogos.
Antes, em julho, a taxa de inflação anual na zona euro recuou para 5,3%, após 8,9% no mesmo mês de 2022 e 5,5% em junho de 2023, tendo Portugal a oitava percentagem mais baixa.
A taxa de inflação tem vindo a baixar nos últimos meses após registar valores históricos devido à reabertura da economia pós-pandemia de Covid-19, à crise energética e às consequências económicas da guerra da Ucrânia, mas ainda assim acima do objetivo de 2% fixado pelo Banco Central Europeu (BCE) para a estabilidade dos preços.