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O ministro russo dos Negócios Estrangeiros, Serguei Lavrov, acusou esta sexta-feira o ocidente de ter declarado uma "guerra total" à Rússia com o objetivo de "destruir" a sua economia e o país.
"Foi-nos declarada uma guerra híbrida total, com o objetivo de destruir, quebrar, aniquilar, estrangular a economia russa, e a Rússia no seu todo", afirmou Lavrov durante um encontro com uma fundação diplomática russa.
"Este termo [guerra total], que utilizava a Alemanha hitleriana, é agora pronunciado por muitos políticos europeus quando explicam o que pretendem fazer à Rússia", precisou.
O desempenho central da Rússia na derrota da Alemanha de Hitler em 1945 permanece no centro da identidade nacional russa e do discurso patriótico de Vladimir Putin.
O presidente russo tinha já utilizado estes termos, numa alusão ao regime nazi, quando denunciou o "blitzkrieg" económico do ocidente ou comparou a suas sanções aos "pogroms anti-semitas".
No decurso da sua intervenção desta sexta-feira, Lavrov também observou que as duras sanções ocidentais demonstram claramente "que todos os valores que infundem os colegas ocidentais, a liberdade de expressar as suas opiniões, a economia de mercado, a inviolabilidade da propriedade privada, não valem nada para eles".
"Quando o Ocidente necessitou de fazer algo de concreto contra a Rússia, desprezou esses valores", frisou.
No decurso do primeiro mês no que é descrito pela Rússia como uma "operação militar especial" na Ucrânia, com a entrada de milhares de soldados no país vizinho e também com o objetivo de garantir a "desnazificação" do regime de Kiev, o ocidente impôs diversas medidas dirigidas à cadeia logística, à economia e ao sistema financeiro russo, que também abrangem o Presidente Vladimir Putin e diversos oligarcas russos.
No entanto, Lavrov assegurou que a Rússia não está isolada.
"Temos muitos amigos, aliados, parceiros no mundo, um grande número de associações com quem a Rússia trabalha em países de todos os continentes, e vamos continuar a fazê-lo", disse Lavrov.
Assegurou ainda que uma larga maioria de países não se vai juntar à política de sanções ocidentais contra a Rússia.