A embaixada portuguesa em Kiev vai ser encerrada "temporariamente e por alguns dias", depois do alerta de um "possível ataque aéreo significativo" da Rússia contra a Ucrânia.
O anúncio foi feito pelo ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, após fonte do Ministério ter confirmado à Renascença que a representação portuguesa "esteve em funcionamento com expediente normal" esta quarta-feira.
"Tomámos a decisão de que [a embaixada] não abriria amanhã, eventualmente também não nos próximos dias, com uma avaliação permanente da situação. Portanto, há um encerramento, mas um encerramento temporário", afirmou Paulo Rangel, em declarações aos jornalistas em São Paulo, à margem de uma visita com o primeiro-ministro, Luís Montenegro, à Casa de Portugal.
O ministro salientou que "não se pode criar a ideia" de que Portugal está a retirar as pessoas de Kiev, salientando que estes encerramentos temporários aconteceram "dezenas, se não centenas de vezes" ao longo dos mil dias da guerra na Ucrânia.
No sentido contrário, países como Estados Unidos, Espanha, Itália e Grécia já encerraram as suas embaixadas, depois da legação norte-americana ter recebido "informações precisas" sobre um ataque a acontecer precisamente no dia 20 de novembro em Kiev.
Esta quarta-feira, depois de se terem ouvido sirenes ao início da tarde, o serviço de informações da Ucrânia avançou que a Rússia está a tentar semear o pânico ao circular mensagens falsas sobre disparos de mísseis e ataques de drones na capital ucraniana.
"O inimigo, incapaz de vergar os ucranianos pela força, resume-se a técnicas de intimidação e a pressão psicológica na sociedade. Pedimos-vos que sejam vigilantes e astutos", refere a nota da agência militar HUR.
Na terça-feira, e após o disparo de mísseis norte-americanos pela Ucrânia contra a Rússia, o chefe da diplomacia russa, Sergei Lavrov, descreveu os acontecimentos como um "envolvimento dos Estados Unidos" que implica uma "nova fase da guerra ocidental", depois da autorização de Washington no domingo, para que Kiev possa usar mísseis de longo alcance.
[notícia atualizada às 16h13]