O caso Tancos tem muita opinião, mas faltam factos, afirma o novo bispo das Forças Armadas, D. Rui Valério, que tomou posse esta segunda-feira como capelão chefe da Igreja Católica.
Ordenado bispo a 25 de novembro, D. Rui Valério reconhece que tem acompanhado à distância o caso de Tancos. Ainda assim, considera que há muita opinião neste assunto.
“Aquilo que me parece é que Tancos é um tema que tem muito de opinião. Há opinião sobre opinião, depois vai-se opinar sobre opinião e parece-me que faltam factos”, sublinha.
O novo bispo das Forças Armadas já tem agenda cheia este ano, mas ainda sem visitas às missões no estrangeiro. “O mais distante que para já está na agenda é uma ida aos Açores”, anuncia.
No seu discurso de tomada de posse, D. Rui Valério falou da responsabilidade das suas novas funções, que vão além do culto e liturgia, e que passam pela salvaguarda da dignidade humana, sempre sem esquecer limites.
“Também sentido de responsabilidade, por quanto me empenharei em respeitar esse bem tão precioso que é a separação entre Estado e Igreja. De facto, a laicidade é um valor adquirido e reconhecido que faz parte do património de civilização já conseguido”, sublinha o novo bispo das Forças Armadas.
A relação histórica Estado/Igreja também foi lembrada pelo ministro da Administração Interna Eduardo Cabrita.
Já o ministro da Defesa, João Gomes Cravinho, sublinhou a liberdade religiosa nas Forças Armadas.
O ministro da Defesa deixou ainda um agradecimento a D. Manuel Linda, o anterior bispo das Forças Armadas, entretanto escolhido para bispo da diocese do Porto.