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Nas primeiras seis semanas de desconfinamento da pandemia de Covid-19 morreram em Portugal mais 807 pessoas do que a média dos últimos anos, indica Escola Nacional de Saúde Pública, da Universidade Nova de Lisboa.
Entre 3 de maio e 13 de junho deste ano, morreram um total de 11.124 pessoas, um aumento de 8% tomando em consideração a mortalidade nos últimos seis anos, indica o barómetro divulgado esta quinta-feira.
O estudo conclui que “41% dos 807 óbitos que se registaram a mais foram causados por outras causas naturais que não a Covid-19”.
O aumento da mortalidade verificado já durante a fase de desconfinamento “pode dever-se a casos de doença crónica grave cujo diagnóstico e tratamento possam ter sido adiados devido à pandemia, pelos doentes que evitaram ir ao hospital com receio de contrair o novo coronavírus.
Outra possível explicação é “porque as listas de espera adiaram os diagnósticos e tratamentos para além do prazo em que poderiam ter sido efetivos”, admite a Escola Nacional de Saúde Pública.
Durante esse mês e meio, foram registadas 474 mortes (4%) por Covid-19 e 10.650 (96%) por outras causas naturais.
Os dados mostram que, sem a pandemia de Covid-19, haveria 333 óbitos acima do que seria de esperar (3%), sempre com base na média dos últimos seis anos.
“No entanto este valor não pode ser considerado como excesso de mortalidade, porque não atinge o limite da média dos últimos seis anos mais dois desvios padrão, ou seja, está dentro dos limites da variabilidade anual dos óbitos em Portugal. O excesso de mortalidade só se verifica quando se contabilizam os 474 óbitos por Covid-19”, explica a Escola Nacional de Saúde Pública.
Os autores do barómetro lamentam que os dados disponibilizados pelo Ministério da Saúde não permitam fazer análises mais detalhadas.
Os dados mostram ainda que na semana que acabou a 13 de junho, o número de mortes em Portugal desceu para o valor que seria de esperar para esta época do ano.