A ministra da Saúde de Espanha informou, esta terça-feira, que foi decretado alerta sanitário no país, devido ao surto de listeriose que afeta cerca de 80 pessoas na Andaluzia e já matou uma mulher de 90 anos, nesta comunidade autónoma.
“Existe uma rede de alerta alimentar que se ativa no momento em que uma comunidade autónoma nos comunica um surto e há suspeitas de que se possa estender, para que se localizem possíveis focos e automaticamente os imobilizem e retirem do mercado. O alerta foi declarado no dia 16, na comunidade autónoma de Andaluzia, que o participou à Agência de Segurança Alimentar espanhola", esclarece María Luisa Carcedo.
Para além do alerta de segurança alimentar a ministra da Saúde espanhola explica que foi também ativada "uma rede de alerta sanitário, que é uma rede de vigilância epidemiológica e que está também ativa, para identificar todos os casos que afetam a saúde humana”.
Uma mulher de 90 anos morreu de listeriose na Andaluzia, na madrugada de segunda-feira. A Direção Geral de Saúde Pública da Extremadura confirmou um caso de listeriose e outros quatro com sintomas compatíveis com o surto, que aguardam pelos resultados dos estudos microbiológicos. Os diagnósticos destes cinco pacientes não indicaram casos graves e os afetados já tiveram alta médica.
Este é o maior surto de listeriose alguma vez registado em Espanha. Começou a 15 de agosto, com 80 pessoas infetadas na Andaluzia. Destas, 53 continuam internados, sendo que 18 são mulheres grávidas e duas terão mesmo perdido o bebé, confirma a ministra da Saúde em entrevista à rádio SER.
Jesús Aguirre, da Junta da Andaluzia, disse aos jornalistas que existe ainda a possibilidade de surgirem mais casos nos próximos dias, tendo em conta que os sintomas da doença podem demorar mais de quatro semanas a aparecer.
O surto foi localizado num lote de carne picada da marca "A Mechá", fabricada pela empresa Magrudis, sedeada em Sevilha.
Segundo o site da Direção Geral da Saúde, a listeriose "é uma infeção causada pela bactéria Listeria monocytogenes (L. monocytogenes), habitualmente associada ao consumo de alimentos contaminados" e "apesar de pouco frequente, a infeção pode ser grave, especialmente em imunodeprimidos e recém-nascidos."
A ministra da Saúde espanhola diz que a carne contaminada chegou a Castilla-La Mancha e Tenerife, mas em quantidades mínimas.