- Todas as notícias sobre a pandemia de Covid-19
- Guias e explicadores: as suas dúvidas esclarecidas
- Boletins Covid-19: gráficos, balanços e outros números
- Os últimos números da pandemia em Portugal e no mundo
Nesta quarta-feira de manhã, a presidente da Comissão Europeia e o presidente do Conselho Europeu vão anunciar recomendações que os Estados-membros devem adotar – o chamado roteiro para a reabertura após a atual fase de confinamento social e paralisação das economias.
Embora Bruxelas reconheça que essa é uma competência exclusiva das autoridades nacionais, e que cada caso é um caso, há critérios que é preciso ter bem presentes para iniciar a reabertura – nomeadamente, perceber se o número de casos de contágios está deviamente a estabilizado e se o Sistema Nacional de Saúde tem capacidade para comportar o provável novo aumento de casos.
Mas, em concreto, o que é que já se sabe sobre o plano da Comissão Europeia. O que é que pode estar em cima da mesa?
Há algumas recomendações que já têm vindo a ser divulgadas por diversos órgãos internacionais e a que em Portugal o "Observador" teve acesso. Por exemplo:
- manter os grupos de risco (como idosos) em casa
- aumentar o número de testes de despistagem da Covid-19 – aliás, neste ponto, a Comissão Europeia pede que se pense na hipótese de serem implementados “kits de autoteste”, de forma a reduzir a pressão sobre o sistema de saúde. Recorde-se que na Coreia do Sul estes testes foram fundamentais para conter o vírus
- Criar aplicações móveis para controlar os movimentos dos infetados – no fundo, a Comissão Europeia diz que uma aplicação móvel que respeite a privacidade, mas que avise um cidadão que está a aumentar o risco por estar perto de um infetado pode “ser uma ferramenta eficaz na estratégia de saída”
- a reabertura a meio gás de lojas e restaurantes, ainda que com menos pessoas e com horários mais reduzidos. Por exemplo, mantendo uma lotação controlada e as pessoas a manterem a distância de pelo menos 1,5 metros
- Quanto às escolas, a Comissão Europeia aconselha que reabram, mas que haja mais cuidados de higiene, que as turmas sejam mais pequenas e que haja distanciamento entre alunos e professores.
E em Portugal, são essas também as medidas que vão ser seguidas?
Pelo menos algumas. O primeiro-ministro ainda não revelou ao pormenor como será o regresso à vida normal, mas já disse que as recomendações da União Europeia vêm no seguimento daquilo que Portugal definiu.
Por exemplo, nas escolas, António Costa já disse que o vírus não vai acabar antes do início do próximo ano letivo, mas que os portugueses não podem estar um ano letivo inteiro fechados em casa – dando, assim, a entender que a reabertura das escolas está nos planos a médio prazo.
Aliás, António Costa já admitiu que gostaria que as aulas presenciais do secundário pudessem começar o mais cedo possível, a partir de 4 de maio.
E no que diz respeito às pessoas vulneráveis terem de ficar em casa? É possível que retomemos o trabalho e só os mais velhos fiquem em isolamento?
É uma possibilidade já admitida por António Costa, segundo o qual as restrições serão tanto mais exigentes para quem tem um maior risco. O primeiro-ministro diz que prevê um país a velocidades diferentes, de regiões diferentes, de setores diferentes e também de pessoas com riscos diferentes.
Por exemplo, se há uma zona do país com menos casos pode reabrir e com menos risco de infeção, deve reabrir.
Já sobre os espaços de restauração, António Costa também segue as recomendações da União Europeia e diz que, desde que as fábricas e as empresas tenham condições de segurança, podem funcionar, assim como os transportes.
Mas é claro que tudo terá de ser feito de forma gradual.
Quanto às limitações de circulação, António Costa diz que não antevê que haja qualquer alteração com a renovação do estado de emergência.
Há algum ponto em que António Costa já tenha vindo a discordar da presidente da Comissão Europeia?
Talvez não se possa falar em discordância, mas, na semana passada, Ursula Von der Leyen, numa entrevista a um jornal alemão, aconselhava os europeus a não planearem as férias de verão.
António Costa já veio dizer, por seu lado, para os portugueses não deixarem de pensar nas férias de verão, reconhecendo que para a economia portuguesa seria um grande prejuízo se no próximo verão o turismo não funcionasse a serviços mínimos.
Portanto, e adotando as palavras do primeiro-ministro, é provável que até ao verão a situação já esteja controlada para podermos gozar as férias.
[Notícia atualizada às 11h35, com nota de que em Portugal foi o "Observador" que teve acesso ao documento sobre as recomendações da União Europeia foi acedido]