A Associação de Vítimas do Incêndio de Pedrógão Grande admite que há uma dúvida que vai persistir, depois da absolvição dos 11 arguidos no processo para determinar eventuais responsabilidades criminais nos incêndios que, em junho de 2017, provocaram 66 mortos e mais de 40 feridos.
"Do pouco que li do acórdão, fica a dúvida se esta limpeza tivesse sido feita atempadamente... se a limpeza junto às bermas das estradas, debaixo das linhas de eletricidade, junto às povoações... se ela estivesse feita, como estava legislado, possivelmente as pessoas não teriam saído de casa", afirma à Renascença Dina Duarte, presidente da Associação de Vítimas de Pedrógão.
"Espero que no futuro não falhe tudo"
Dina Duarte promete continuar a apelar para a necessidade do cumprimento da mesma legislação, que prevê também a abertura de estradões florestais para o acesso de bombeiros.
A presidente da Associação de Vítimas do Incêndio de Pedrógão Grande espera que os grandes incêndios de 2017 tenham, pelo menos, servido de lição para que nada volte a falhar no futuro.
"Para o passado, só quero olhar para perceber que tudo falhou num país a 17 de junho de 2017 e espero que, no futuro, não falhe tudo. Essa é a grande dor dos familiares das vítimas. Nós ficamos sem os nossos. Esperamos que mais ninguém fique sem os seus", conclui.