O antigo ministro das Finanças António Bagão Félix descartou esta terça-feira qualquer tipo de ligação a operações de concessão de crédito da Caixa Geral de Depósitos (CGD) enquanto foi membro do Governo.
"Nunca tive qualquer relação com a administração da CGD ou o seu presidente que dissesse respeito a uma operação de crédito", vincou Bagão Félix.
O responsável, que foi ministro das Finanças de um governo PSD/CDS-PP entre 2004 e 2005, foi ouvido na comissão parlamentar de inquérito à gestão da Caixa, trabalhos que têm traçado uma análise do banco desde o ano 2000 até ao presente.
Bagão Félix afirmou que nunca teve a tentação de tratar a Caixa como uma direcção-geral do Estado e que, no máximo, o Governo deve ter a tutela estratégica.
Bagão sustenta que a CGD é uma instituição bancária "num regime aberto de concorrência", o que significa que, para além do accionista Estado, há entidades permanentemente "atentas" ao banco, casos das "autoridades de concorrência, supervisão e regulação", não só em Portugal mas também no seio europeu.
O antigo governante declarou ainda ser favorável a que o banco público tenha um modelo de governação "não dualista", isto é, que seja um só elemento a assegurar em simultâneo a presidência da administração e da comissão executiva.