O historiador José Mattoso foi distinguido com o Prémio Árvore da Vida-Padre Manuel Antunes 2019, foi anunciado esta terça-feira.
O galardão atribuído pela Igreja Católica, através do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura com apoio da Renascença, destaca o alto valor científico da investigação historiográfica levada a cabo por José Mattoso, bem como o pensamento sobre a identidade nacional portuguesa e a trajetória espiritual.
Ao receber a notícia da distinção, José Mattoso declarou-se “muito honrado” por se juntar às personalidades que receberam o galardão, “tão estimáveis pelo vigor e originalidade com que se consagraram ao ideal da conciliação da fé com a ciência e a arte, ou se distinguiram pela ação social e pela defesa dos valores humanos e cristãos”.
“Como ainda não há no vosso grupo [de premiados] nenhum representante do estudo da História, é para mim muito grato poder representar nele a importância do estudo do passado humano e da transmissão da memória através do tempo”, salientou em declarações divulgadas pelo Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura.
José Mattoso revela “veneração” pela figura do padre jesuíta Manuel Antunes (1918-1985), evocada pelo Prémio Árvore da Vida, considera-o “um dos mais importantes agentes da renovação intelectual cristã em Portugal”.
“Com exemplar serenidade lutou contra o obscurantismo clerical e soube conciliar a fé com a razão. É para mim o modelo de um cristianismo lúcido e exigente, sem triunfalismos nem concessões”, sublinhou o historiador.
Nascido em 1933, em Leiria, José João da Conceição Gonçalves Mattoso entrou para o mosteiro beneditino de Singeverga em 1950, tendo regressado 20 anos depois à vida laical.
Doutorado em História Medieval pela Universidade de Lovaina (Bélgica) em 1966, foi diretor do Instituto dos Arquivos Nacionais (Torre do Tombo), exerceu a docência universitária e foi vice-reitor da Universidade Nova de Lisboa. É Grande Oficial da Ordem Militar de Santiago da Espada e recebeu o Prémio Pessoa.
O reconhecimento da Igreja católica, que consiste na atribuição da escultura “Árvore da Vida”, de Alberto Carneiro, acompanhada pelo valor pecuniário de 2500 euros, patrocinado pela Renascença, será entregue a 1 de junho, em Fátima, durante a 15.ª Jornada Nacional da Pastoral da Cultura, dedicada ao tema da “Mulher na sociedade e na Igreja”.