A missão do enviado do Papa Francisco à Rússia, para tentar mediar um acordo de paz para a Ucrânia, "correu bem" mas sem avanços concretos a assinalar.
“A missão do cardeal Matteo Zuppi correu bem, sem triunfalismo, mas positiva, devido à abertura e disponibilidade demonstradas”, disse esta sexta-feira o arcebispo católico de Moscovo, Paolo Pezzi, no final da missão do enviado do Papa.
“Os passos importantes foram sobretudo a abertura manifestada tanto a nível político como religioso e a vontade de continuar no caminho. Diria que este é o resultado concreto mais importante.”
O arcebispo Pezzi, que também é presidente da da conferência episcopal russa, sublinhou à agência italiana SIR a importância do encontro do cardeal Zuppi com Maria Lvova-Belova, comissária do Kremlin para os direitos das crianças e com o patriarca ortodoxo Kirill.
Um dos temas em destaque foi "a emergência humanitária relacionada com as crianças ucranianas, os refugiados e os presos”, indicou. De resto, “não se verificaram outro tipo de avanços”.
Sobre a reunião do cardeal Zuppi com o patriarca ortodoxo Kirill, o patriarcado de Moscovo publicou um comunicado onde se lê que Kirill ficou contente com o encontro, sublinhando “ser importante que todas as forças do mundo se unam para evitar um grande conflito armado”.
A imprensa italiana e russa referem que o cardeal Zuppi sublinhou a Kiirill o grande interesse do Papa Francisco em encontrar-se pessoalmente com o patriarca russo.
Em jeito de balanço, o arcebispo de Moscovo Paolo Pezzi considera a missão de Zuppi positiva, porque “vale sempre a pena construir pontes e não muros”.
Num comunicado entretanto divulgado, o Vaticano indica que, durante a visita de três dias, "o aspeto humanitário da iniciativa foi fortemente enfatizado, bem como a necessidade de se alcançar a tão desejada paz".
"Esta foi a oportunidade para transmitir à comunidade católica a proximidade, lembrança e oração do Santo Padre. Os resultados da visita serão levados ao conhecimento do Santo Padre, tendo em vista outros passos a dar, quer ao nível humanitáio, quer na busca de caminhos para a paz."