O Presidente da República voltou a saudar o anterior e o actual governos pelo encerramento do Procedimento por Défice Excessivo (PDE), mas adverte que "não se pode agora" cometer o erro de "adormecer à sombra da bananeira".
Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, "é compreensível que haja o cumprimento de promessas governativas e até de entendimentos existentes na maioria parlamentar de apoio" no Orçamento do Estado para 2018, que se traduzam "num desafogo fiscal e nalgumas vantagens sociais para um número considerável de portugueses".
O Chefe de Estado, que falava no final de uma visita à associação Abraço, em Lisboa, acrescentou, contudo: "Não se pode agora fazer aquilo que muitas vezes é um erro nacional que é adormecer à sombra da bananeira, considerar que está adquirido o que demorou cinco anos e meio a obter e, por uma precipitação, por um excesso, por uma falta de linha orientadora, questionar aquilo que é fundamental".
O Presidente da República ressalvou que "o primeiro-ministro tem dito isso, e o ministro das Finanças tem dito isso", que "há um caminho a continuar, e esse caminho é, sem dúvida, crescimento da economia, emprego, justiça social", mas com "controlo do défice e, sobretudo, redução progressiva da dívida pública - isso é muito importante".
"Agora, não se pode passar de oito para oitenta, sob pena de comprometer aquilo que é um caminho que deu muito trabalho, não foi ao Governo A ou ao Governo B - que eu cumprimento, aliás, os dois governos, cada qual, à sua maneira, teve mérito -, mas foi sobretudo mérito das portuguesas e dos portugueses", reforçou.