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Mesmo com o adiamento da mítica "Meia" de Lisboa - que comemora 30 anos de existência e percorre a Ponte 25 de Abril - para maio do próximo ano, Carlos Móia prevê uma quebra no número de participantes.
A convicção do presidente do Maratona Clube de Portugal (MCP) foi expressa esta quarta-feira à tarde, durante uma videoconferência.
"Será que já nos deslocamos sem problema nenhum?", começa por questionar o organizador, que pensa que "a tendência é baixar [o número de atletas participantes]. Se estivermos muito restritos a nível nacional, baixará drasticamente. Todas as provas baixarão drasticamente, pelo menos as grandes".
"Só a falta dos estrangeiros são logo oito mil ausências. Até porque vai haver dificuldades financeiras para pagar 15 ou 20 euros de inscrição", acredita.
Em face do atual contexto de pandemia da Covid-19, a esmagadora maioria dos inscritos para a competição, entretanto adiada pela segunda vez - depois de março e setembro -, aceitou bem a mudança para 2021. Atletas de topo incluídos, assegura Carlos Móia.
"A maioria dos que estavam inscritos, mais de 90%, acham muitíssimo bem. Antes de cancelarmos, já tínhamos avisado a elite e não tivemos que pagar nada. Em princípio, a super elite - que estava em segredo - passará toda para o próximo ano. Possivelmente com algumas alterações", faz notar o presidente do MCP, ao mesmo tempo que explica que o "voucher" de participação na corrida é válido até 2022.
Corridas virtuais ainda este mês
O Maratona Clube de Portugal vai promover sete corridas virtuais gratuitas, de diversas distâncias, entre 22 de maio e 5 de julho, para promover a atividade física, na impossibilidade de realizar provas de estrada.
Trata-se de um conceito em que as pessoas correm por si, independentemente do dia e do local onde estejam. A seguir, comunicam os tempos obtidos. Uma "espécie" de provas "avulsas", mas todas interligadas devido à inscrição prévia que cada atleta fez via internet.
"Os corredores têm que entrar em 'mcpvirtualraces.com' e têm três dias para fazer as provas. Espero [atletas] de todos os países da Europa. Não é competitivo e pode haver mais ou menos seriedade, já que podem fazer [a corrida] de patins, bicicleta, etc", afirma Carlos Móia, que admite, consoante a adesão, reeditar estas corridas no outono, mas aí já com um carácter solidário.