A comissão parlamentar de inquérito à Caixa vai avançar com uma queixa crime contra a Fundação Joe Berardo.
Os deputados acusam o empresário de estar a falhar com a entrega de documentos considerados essenciais, para apurar os empréstimos feitos junto do banco do Estado.
“São documentos importantes, relevantes para perceber uma coisa muito simples: porque é que a Caixa Geral de Depósitos não conseguiu executar, até à data, garantias que foram dadas para um empréstimo que foi concedido por este banco público”, explica à Renascença o deputado Luís leite Ramos, presidente daquela comissão parlamentar.
“Naturalmente que queremos perceber porque é que isso não aconteceu até agora”, acrescenta.
Segundo Luís Leite Ramos, a comissão parlamentar de inquérito pediu, “ao longo destas últimas semanas, vários documentos. Uma parte foi enviada, mas a parte do nosso ponto de vista mais substancial e mais relevante não chegou à comissão com o argumento de que a associação não era cliente da Caixa Geral de Depósitos”.
Por isso, a comissão “vai participar, via Assembleia da República, ao Ministério Público a desobediência que tem sido repetidamente cometida pela associação Coleção Berardo”, indica o mesmo deputado.
Há quase duas semanas, a comissão parlamentar de inquérito à Caixa Geral de Depósitos tinha deixado a ameaça de avançar com uma queixa ao Ministério Público, caso a associação Coleção Berardo não enviasse a documentação pedida.
Ontem, segunda-feira, o empresário madeirense escreveu uma carta aberta dirigida ao presidente da Assembleia da República, na qual rejeita ter ficado “com muitos milhões” dos portugueses e que já pagou, quase só em juros, cerca de 231 milhões de euros à banca, a “troco de nada”.