A autópsia do antigo presidente do BPP João Rendeiro foi realizada esta terça-feira por uma médica especialista forense sul-africana na presença da polícia da África do Sul (SAPS), disse fonte da morgue à Lusa.
Durante o procedimento médico, coadjuvado por técnicos da morgue de Pinetown, subúrbios da cidade portuária de Durban, os agentes da polícia sul-africana recolheram provas fotográficas para a investigação policial em curso às causas da morte do ex-banqueiro português na cela da prisão de Westville, onde se encontrava detido desde dezembro de 2021, adiantou.
A fonte disse ainda à Lusa que o corpo de João Rendeiro se encontra na morgue “pronto para ser recolhido”, acrescentando que a instituição “não tem ideia quem o irá fazer, se algum familiar ou as autoridades portuguesas”.
Rendeiro, de 69 anos, foi encontrado morto na quinta-feira na prisão de Westville, avançou em comunicado o Departamento de Serviços Penitenciários, excluindo o envolvimento de terceiros no caso. O corpo do ex-banqueiro foi reconhecido no dia seguinte pelo cônsul-honorário de Portugal em Durban, Elias de Sousa, que no sábado voltou à morgue para tratar de documentação relacionados com o caso.
"Ele estava numa cela única quando se enforcou. Foi depois de trancado, portanto, ninguém podia estar envolvido ou ter acesso a ele", explicou à Lusa o porta-voz dos serviços prisionais da África do Sul, Singabakho Nxumalo.
O Ministério Público já esclareceu que vai manter a sessão preparatória do julgamento da extradição de João Rendeiro, agendada para dia 20, sexta-feira, para apresentar o certificado de óbito do ex-banqueiro e encerrar as diligências do processo de extradição.
João Rendeiro estava detido na na África do Sul desde 11 de dezembro de 2021, após três meses de fuga à justiça portuguesa para não cumprir pena em Portugal. O antigo presidente do BPP foi condenado em três processos distintos relacionados com o colapso do banco, tendo o tribunal dado como provado que retirou do banco 13,61 milhões de euros. O colapso do BPP, em 2010, lesou milhares de clientes e causou perdas de centenas de milhões de euros ao Estado.