Mais importante do que estar sempre a vincar a diferença entres escolas públicas e privadas, a Iniciativa Liberal (IL) quer apontar o foco ao acesso à educação, a uma boa educação e colocar o aluno e os professores no centro da decisão.
“O que é mais relevante não é saber se uma escola é pública ou privada, é saber qual o projeto pedagógico que tem, é ter o aluno no centro da decisão”, diz a deputada Carla Castro, concluindo que nesta altura “a escola não está a servir bem nem os alunos nem os professores e temos de mudar o paradigma”.
Nas primeiras jornadas parlamentares, a IL escolheu a educação como tema central. Esta terça-feira, os deputados visitaram duas escolas, a secundária D. Dinis, inserida num contexto sócio económico desfavorecido e o Colégio Bissaya Barreto.
No final das duas visitas, em declarações aos jornalistas, a deputada Carla Castro, responsável na bancada liberal pelos temas da educação, referiu que o partido vai insistir na proposta de alargar os manuais gratuitos aos alunos das escolas do sector privado, cooperativo, onde se incluem também os estudantes de cursos profissionais.
Já em 2020 Joao Cotrim Figueiredo apresentou uma proposta de alteração ao Orçamento do Estado para garantir manuais gratuitos para todos os alunos que frequentem ensino público, privado ou cooperativo.
“Há uma discriminação quando os manuais escolares gratuitos são apenas para os alunos do ensino público. Os manuais gratuitos tal como o transporte escolar deve ser alargado também ao ensino profissional” defendeu, já esta e terça-feira, a deputada liberal Carla Castro.
Os liberais insistem numa maior descentralização e autonomia das escolas, quer para a contratação de professores, mas também no que diz respeito à flexibilidade curricular.
E, se os manuais escolares gratuitos devem ser para todos, os liberais defendem que o transporte escolar também não pode ser só para os alunos do ensino público.
Aos jornalistas, a deputada da IL lamentou ainda que sejam alocados “poucos recursos” ao ensino profissional, quando “os países mais desenvolvidos têm uma via profissionalizante bastante forte”.