O processo de compra, pelo Estado, de 45,7% da agência Lusa, pertencentes à Global Media e à Páginas Civilizadas, falhou por "falta de um consenso político alargado", anunciou esta quinta-feira o Governo.
"No momento atual, não existindo um consenso político alargado, a operação revelou-se inviável", lê-se num comunicado do Ministério da Cultura, intitulado "Estado não adquire participações sociais na Lusa".
No texto, o Ministério da Cultura afirma que "caberá ao próximo Governo assumir as suas responsabilidades e encontrar uma solução que garanta o salutar pluralismo, independência e salvaguarda do serviço público prestado pela Lusa - essencial para o conjunto da comunicação social".
Nas "circunstâncias da atual situação política", o Governo considera, no comunicado, que não tem condições de tomar esta decisão.
O atual Governo do primeiro-ministro demissionário, António Costa, não deve fechar o negócio da compra das ações da Global Media na Agência Lusa, defendeu esta quinta-feira o PSD.
O PSD foi contactado pelo Governo e a resposta foi "não". Fonte da direção do partido revelou à Renascença que o PSD foi questionado sobre o negócio, mas respondeu que, por se tratar de uma matéria sensível, a compra das ações da Global Media Group na Lusa não deve ser decidido por este executivo e a poucos meses das eleições antecipadas de 10 de março de 2024.