O estilista italiano Roberto Cavalli morreu esta sexta-feira. Tinha 83 anos e estava doente há algum tempo, avança o jornal Corriere della Sera.
“Querido Roberto, você não pode estar mais aqui fisicamente connosco, mas sei que sempre sentirei seu espírito comigo”, escreveu Fausto Puglisi, diretor criativo da Roberto Cavalli desde outubro de 2020, numa publicação nas redes sociais.
Ao longo da sua carreira foi responsável pela criação de novas técnicas de impressão em couro, tratamento de calças de ganga ou de estampagem de tecidos.
Apresentou a sua primeira coleção de moda em 1970, em Paris, e abriu uma pequena loja na estância de Saint-Tropez. Os seus jeans personalizados chamaram à atenção e atraíram clientes famosos, como a atriz Brigitte Bardot e Mick Jagger, vocalista dos Rolling Stones.
Foi o início de um império de moda e de um estilo próprio marcado por estampas de animais, incrustações em pele e brocados.
Um dos mais célebres vestidos de Roberto Cavalli, em padrão tigresa, foi usado pela modelo norte-americana Cindy Crawford.
A sua carreira também passou por pontos baixos, como na década de 1980, quando o seu estilo extravagante parecia ir contra o minimalismo então em voga.
Também se viu no centro de um longo julgamento na Itália por um caso de fraude fiscal, que terminou com a sua absolvição. A sua empresa também começou a registar prejuízos, obrigando-o a vender a maioria das ações em 2015.
Natural de Florença, Roberto Cavalli nasceu no seio de uma família aristocrata. Ficou órfão ainda criança, quando o pai foi morto num ataque dos soldados nazis.
O estilista deixa seis filhos de três casamentos. Cavalli adorava Ferraris, charutos grandes e camisas justas abertas sobre um peito perpetuamente bronzeado.
O italiano chegou a casar-se com uma finalista do Miss Universo, era dono de um helicóptero roxo e de uma quinta vinícola na Toscana.