Activista angolano Nuno Dala em greve de fome
15-03-2016 - 07:51

O professor universitário e investigador, de 31 anos, é um dos 17 arguidos em julgamento sob a acusação de preparar uma rebelião.

O activista angolano Nuno Dala, um dos 17 em julgamento sob a acusação de preparar uma rebelião, está em greve de fome para reivindicar melhorias na prisão e relativas ao estado de saúde.

Dala, que se encontrava em prisão domiciliária e regressou, na segunda-feira passada, à prisão, por decisão do tribunal, iniciou na terça-feira uma greve de fome, que irá prosseguir "enquanto não resolverem a sua situação", disse à agência Lusa a irmã Gertrudes Dala.

O regresso à prisão foi justificado pela falta de comparecência do réu na sessão de julgamento, na segunda-feira da semana passada, que o juiz considerou desobediência ao tribunal.

Segundo Gertrudes Dala, o activista, professor universitário e investigador, de 31 anos, encontra-se doente e em greve de fome, sendo preocupante o seu estado de saúde.

"Ele está doente praticamente desde que veio da cadeia (e começou a prisão domiciliária), está com gastrite, com problemas na visão e de tensão, já fez várias análises, até agora sem resultado, e nós estamos muito preocupados com o seu estado de saúde", descreveu.

Acrescentou que, além dos problemas de saúde, o activista está igualmente revoltado com a situação financeira que atravessa, já que os cartões de crédito e documentos estão nas mãos da polícia. "Temos problemas com o pagamento da renda, ele tem uma filha de nove meses e não temos dinheiro, por isso tudo ele está a fazer essa greve de fome", explicou.

Em declarações à Lusa, uma fonte dos Serviços Penitenciários confirmou a greve desencadeada por Nuno Dala e que o activista se encontra doente.

Sobre a greve de fome, a fonte salientou que o activista tem-se recusado a comer, mas os serviços prisionais têm dado toda assistência ao mesmo.

Grupo de jovens é acusado da co-autoria de actos preparatórios para uma rebelião e um atentado contra o Presidente angolano, crime que prevê liberdade provisória até ao julgamento e uma pena de até três anos de prisão. O julgamento iniciou-se a 16 de Novembro na 14.ª Secção do Tribunal Provincial de Luanda.