CGTP. Há “melhores condições para responder aos problemas” dos trabalhadores
14-10-2015 - 22:42

Arménio Carlos reforça que é preciso “derrotar a introdução do contrato único e do despedimento sem justa causa defendidos pelo PSD\CDS”.

A CGTP considera que os resultados das últimas eleições legislativas possibilitam novas respostas aos problemas dos trabalhadores e do povo português, mas alertou para eventuais tentativas de reformas que facilitem os despedimentos e reduzam o Estado Social.

"A nova correlação de forças na Assembleia da República, potencia melhores condições para responder aos inúmeros problemas e desafios com que os trabalhadores e o povo estão confrontados e proporciona uma situação mais favorável para dar continuidade à luta pela afirmação dos direitos e valores de Abril", defendeu o secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, em conferência de imprensa.

Para Arménio Carlos, a mudança de política "que se deseja e exige é indissociável da rotura com a política de direita e da rejeição das denominadas `reformas estruturais`, responsáveis pela desregulação das relações de trabalho e a degradação da situação social do país".

"Para a CGTP-IN, é preciso derrotar a introdução do contrato único e do despedimento sem justa causa defendidos pelo PSD\CDS, combater o desemprego, pôr termo à precariedade, aos baixos salários, ao aumento e desregulamentação dos horários e à brutal transferência dos rendimentos do trabalho para o capital", disse aos jornalistas.

O secretário-geral da CGTP defendeu ainda que a "chamada consolidação orçamental e as medidas que a consubstanciam têm de ser travadas".

"Sendo apresentada como se de mera disciplina das finanças públicas se tratasse, a `consolidação orçamental` está a ser usada para reconfigurar a concepção do Estado, privatizando serviços e subvertendo os princípios constitucionais da Escola Pública, do Serviço Nacional de Saúde e da Segurança Social", disse o secretário-geral da CGTP na conferência de imprensa convocada para anunciar as conclusões da reunião do seu Conselho Geral.

Arménio Carlos saudou os portugueses, em nome do Conselho Nacional da Intersindical, por terem transformado, com o seu voto, o dia 4 de Outubro "num dia nacional de luta contra o governo PSD/CDS e a política de direita".

O sindicalista salientou que a coligação PSD/CDS perdeu mais de 700 mil votos, 12 pontos percentuais e 25 deputados, registando o seu segundo pior resultado desde 1976.

"Embora coligados, tiveram um resultado inferior ao obtido apenas pelo PSD nas eleições legislativas de 2011", referiu o líder da CGTP.

O líder da Inter considerou relevante que a coligação tenha ficado em minoria da Assembleia da República, reconheceu que o país está a viver um momento complexo, em que os partidos estão a discutir uma base para um entendimento que possibilite ultrapassar a situação política decorrente do resultado eleitoral e assegurou que a CGTP não vai mudar a sua postura reivindicativa.

"Independentemente de quem vier a estar no Governo, vamos continuar a apresentar propostas em defesa dos trabalhadores e pensionistas e a manifestar a nossa disponibilidade para as discutir e negociar", disse.

A CGTP-IN decidiu que vai pedir audiências aos partidos representados na Assembleia da República para lhes apresentar a sua Política Reivindicativa para 2016 e para os confrontar com as "propostas que concretizam uma política verdadeiramente alternativa, de esquerda e soberana", ao mesmo tempo que vai intensificar a sua actividade sindical nos locais de trabalho.