O número confirmado de mortes devido ao colapso da barragem de Kakhovka aumentou para 45. No território controlado pela Ucrânia, Kiev avança 16 vítimas mortais, enquanto que nos territórios controlados por Moscovo, o Kremlin aponta para 29 mortes.
Segundo o ministério da Administração Interna ucraniano, citado pela Reuters, mais de 3.600 pessoas foram retiradas das zonas afetadas, nas regiões de Kherson e Mykolaiv. Cerca de 1.300 casas continuam inundadas e há ainda 31 desaparecidos.
A informação da parte da Rússia foi avançada por Andrei Alekseyenko, coordenador da administração de Moscovo nos territórios ocupados na região de Kherson, a partir de uma publicação na rede social Telegram.
Já na semana passada, o governador interino de Kherson - imposto pela Rússia -, Vladimir Saldo, avançava pelo menos 77 feridos e a retirada de mais de sete mil habitantes dos territórios controlados por Moscovo que haviam sido afetados pelas inundações.
Outro dos principais problemas, nesta altura, é a falta de água potável, que tem afetado cerca de 700 mil pessoas, segundo Martin Griffiths, subsecretário-geral da ONU para os Assuntos Humanitários.
O colapso da barragem de Kakhovka, na região sul da Ucrânia, provocou a inundação de vários territórios circundantes, controlados por Kiev e por Moscovo, o que obrigou a uma retirada de, pelo menos, 40 mil pessoas das suas habitações.
De salientar que, naquela região, atravessada pelo rio Dniepre, habitavam cerca de 25 mil pessoas nas áreas controladas pela Rússia e 17 mil na área de controlo ucraniano.
Kiev e Moscovo têm trocado acusações sobre a origem da destruição desta infraestrutura. A Ucrânia diz que a barragem está sob controlo russo praticamente desde o início da invasão, assim como as investigações preliminares de vários especialistas internacionais - a auxiliar a procuradoria ucraniana - dizem ser "altamente provável" que o colapso tenha sido provocado por explosivos plantados pelas forças russas.
Já o Kremlin, diz a Reuters, acusa as forças ucranianas de terem sabotado a barragem, de forma a cortar o fornecimento de água à Crimeia e desviar atenções de uma contraofensiva "enfraquecida".