O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, nomeou esta segunda-feira um painel independente para avaliar a UNRWA, a agência da ONU dedicada à assistência aos refugiados palestinianos. Vários funcionários da agência foram acusados de estar envolvidos no ataque do Hamas a Israel, no dia 7 de outubro.
O painel de avaliação da agência das Nações Unidas vai começar os trabalhos a 14 de fevereiro, e deve entregar um relatório intercalar a António Guterres no final de março. O relatório final, diz a ONU, deve estar concluído no final de abril, e será tornado público.
Catherine Colonna, ministra francesa para a Europa e os Negócios Estrangeiros entre 2022 e janeiro de 2024, vai liderar o painel de avaliação. Colonna vai colaborar com três organizações europeias de investigação: o Instituto Raoul Wallenberg (Suécia), o Instituto Chr. Michelsen (Noruega), e o Instituto Dinamarquês para os Direitos Humanos.
A investigação é uma resposta a um pedido feito pelo comissário-geral da UNRWA ainda em janeiro. Segundo as Nações Unidas, o inquérito vai decorrer em paralelo com a investigação interna da ONU às alegações que 12 funcionários da agência estiveram envolvidos nos ataques de 7 de outubro.
“As acusações surgem numa altura em que a UNRWA, a maior organização da ONU na região, está a trabalhar debaixo de condições extremamente desafiantes para dar assistência aos dois milhões de pessoas na Faixa de Gaza que dependem disso para a sua sobrevivência numa das maiores e mais complexas crises humanitárias no mundo”, afirmou António Guterres, em comunicado.
Chefe da UNRWA pede apoios aos países do Golfo
De acordo com a Reuters, o chefe da UNRWA vai visitar esta semana três países do Golfo para recolher apoios para a agência. Após as acusações serem tornadas públicas, 16 países suspenderam o financiamento da agência, colocando em causa cerca de 440 milhões de dólares do orçamento.
Philippe Lazzarini encontrou-se esta segunda-feira com o ministro dos Negócios Estrangeiros dos Emirados Árabes Unidos, para discutir o trabalho da agência a “preservar a estabilidade na região”.
Segundo informações da própria agência, Lazzarini vai ainda visitar o Qatar e o Kuwait esta semana.