A primeira-ministra do Reino Unido, Liz Truss, afirmou esta terça-feira que está pronta para tomar "decisões impopulares" como levantar o limite aos bónus a banqueiros e reverter o aumento de impostos, para fazer crescer a economia do país.
Falando em entrevistas que deu em Nova Iorque antes da apresentação pelo governo de medidas orçamentais de emergência no final da semana, Truss disse que a redução de impostos é fundamental para estimular o crescimento económico, apesar de beneficiar mais os mais ricos do que os mais pobres.
"Temos de tomar decisões difíceis para 'endireitar' a nossa economia bem", justificou Truss, adiantando que o governo vai olhar "para todas as taxas de imposto" e que "o imposto sobre as empresas tem de ser competitivo com outros países para poder atrair esse investimento".
Truss, que é primeira-ministra há apenas duas semanas, enfrenta uma pressão imediata para cumprir as suas promessas de enfrentar uma crise de custo de vida que abala o Reino Unido e uma economia que se encaminha para uma recessão potencialmente longa.
Os críticos dizem que as suas opções pelo livre mercado, pontos de vista económicos de baixos impostos, inspirados pela antiga chefe de governo britânica Margaret Thatcher e antigo Presidente norte-americano Ronald Reagan, são a resposta errada à crise.
Truss, que está em Nova Iorque para participar na Assembleia Geral das Nações Unidas, confirmou que a alteração orçamental vai reverter um aumento de impostos sobre o rendimento em vigor este ano para ajudar a financiar os cuidados de saúde e vai anular um plano para aumentar o imposto sobre as empresas.
Deixou também claro que o governo vai levantar um limite aos bónus dos banqueiros imposto após a crise financeira global de 2008.
"Não aceito este argumento de que a redução dos impostos é de alguma forma injusta", disse em entrevistas às emissoras britânicas no Empire State Building.
"Devemos definir a nossa política fiscal com base no que vai ajudar o nosso país a ter sucesso - o que vai trazer uma economia que beneficia toda a gente no nosso país. O que não aceito é a ideia de que a redução de impostos para as empresas não ajuda as pessoas em geral", declarou.