O ministro das Finanças, Mário Centeno, não quer fazer previsões quanto ao calendário de recapitalização da Caixa Geral de Depósitos (CGD).
A reestruturação do banco estatal é complexa e o mais importante é que o processo seja bem sucedido, disse o governante aos jornalistas, no Luxemburgo, onde discutiu o dossier da CGD com a Comissão Europeia.
“Não vou fazer previsões quanto a ‘timings’. É um processo que tem uma natureza de regulação e supervisão bastante importante e sensível para o país e para o seu sistema financeiro. Mais importante do que ‘timings’ é que o processo seja concluído com sucesso”, sublinhou Mário Centeno.
Apontando para a complexidade de um "processo bastante transversal", já que envolve "não só a área económica e financeira, mas também tem a área da concorrência e seguramente também a área da supervisão europeia", o ministro disse que "as questões não ficam resolvidas nem aqui (Luxemburgo/Bruxelas), nem em Lisboa, nem em Frankfurt".
"É um conjunto de decisões que têm que ser tomadas, que têm o seu próprio 'timing', e que o Governo pretende fazer dentro de um ambiente institucional e de tranquilidade, sem o qual estas questões não conseguem ter sucesso", disse, insistindo por isso que "o 'timing' será aquele que processos desta natureza e com esta dimensão tiverem que ter".
Na quarta-feira, o primeiro-ministro considerou que está quase concluído com a União Europeia o processo de recapitalização da CGD, assunto que Mário Centeno voltou esta quinta-feira a abordar em encontros bilaterais com a Comissão Europeia, à margem da reunião do Eurogrupo no Luxemburgo.
Questionado pelos jornalistas, Mário Centeno escusou-se a aprofundar o tema das eventuais sanções a Portugal, até porque as mesmas referem-se ao passado, e o Governo está é focado na execução orçamental, no presente e no futuro.
No final da reunião de ministros das Finanças da zona euro, garantiu que a questão não foi abordada nas reuniões bilaterais hoje mantidas com os comissários do Euro, Valdis Dombrovskis, e dos Assuntos Económicos, Pierre Moscovici.
"As sanções não foram tema desta conversa, estivemos focados naquilo que são os dados, e é isso sobre o qual eu tenho que responder, quer perante a Comissão, quer, em Portugal, perante os portugueses", disse.
Segundo o ministro, a reunião com Moscovici serviu essencialmente para lhe "dar a conhecer aquilo que é a evolução económica e financeira e das finanças públicas portuguesas" e que, sustentou, demonstram que Portugal está no caminho certo.