João Soares diz que Procuradoria-Geral da República deve explicações ao país
10-11-2023 - 10:17
 • Sérgio Costa , Olímpia Mairos

O dirigente socialista e antigo ministro diz compreender as razões de Marcelo para optar por eleições antecipadas a 10 de março, embora admita que preferia a manutenção da maioria socialista a apoiar um Governo de transição.

O antigo ministro e dirigente do PS João Soares considera que o Ministério Público deve explicações ao país pela forma como envolveu o nome do primeiro-ministro na operação Influencer.

“Não me parece bem os procedimentos que foram adotados. Agora eu não faço do Ministério Público um inimigo político. Houve erros que foram feitos pelo Partido Socialista e eu, como dirigente socialista, peço desculpa por esses erros que foram cometidos”, diz Soares, em entrevista à Renascença.

Em causa está o parágrafo no comunicado do Ministério Público que lança a suspeita sobre o António Costa, sem, contudo, esclarecer os indícios, ou se há algum inquérito em curso.

Noutro plano, questionado sobre o calendário escolhido pelo Presidente da República, João Soares diz compreender as razões de Marcelo para optar por eleições antecipadas a 10 de março, embora admita que preferia a manutenção da maioria socialista a apoiar um Governo de transição.

“A melhor solução, para mim, teria sido manter o Partido Socialista, mas não há aqui nenhum drama e o quadro do Presidente da República apresentou parece-me um quadro extremamente positivo, permite a aprovação do orçamento, e permite manter este Governo em funções até à realização das eleições, que não são longe”, realça.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, anunciou esta quinta-feira a convocação de eleições antecipadas para 10 de março de 2024.

Marcelo vai dissolver o Parlamento após a aprovação do Orçamento do Estado para 2024, marcada para 29 de novembro.

Na terça-feira, dia 7 de novembro, o primeiro-ministro apresentou a sua demissão depois de se ver envolvido em suspeitas de "desbloquear processos" relacionados com negócios do lítio, hidrogénio e do novo data center de Sines, segundo uma nota da Procuradoria-Geral da República.