O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, quis fechar a Conferência dos Oceanos com um apelo à mobilização geral e à ação, para que o encontro de Lisboa não seja apenas mais um momento de intenções e declarações sem correspondência ao terreno.
“A palavra desta conferência é ação, ação. O tempo está a correr contra nós”, disse Marcelo.
A ação, segundo o Presidente da República, deve-se centrar na luta contra os plásticos, no apoio ao financiamento, e na aceleração de implementação dos tratados.
Tal como o ministro da Ambiente, Duarte Cordeiro, o chefe de Estado apelou ao combate contra as desigualdades porque “elas estão a destruir os oceanos”.
O Presidente da República disse que em tempos de guerra e pandemia, este evento foi um sinal de paz e de multilateralismo.
A declaração final da cimeira de Lisboa, " O nosso Oceano, o nosso Futuro, a nossa Responsabilidade", não é vinculativa.
Apenas apela a maior ambição global em todos os planos da realidade dos oceanos e denuncia que muitas das metas do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 14, sobre recursos marinhos, estão atrasadas.
Desta declaração sai ainda um apelo para que se feche em breve o Tratado de Biodiversidade do Alto Mar (a próxima ronda será em agosto, em Nova Iorque).
A Conferência mostrou preocupação com a emergência global em que vivem os Oceanos, com os níveis médios da água do mar a subir, a erosão costeira a piorar e Oceanos mais quentes e mais ácidos. A poluição marinha está a aumentar, há sobrepesca de um terço dos stocks, perdeu-se metade dos corais, há espécies invasoras nos ecossistemas marinhos.
Nesta cimeira, que decorreu durante cinco dias, participaram 159 países, 26 chefes de estado e de governo, quase quatro mil delegados, e 500 jornalistas.