Quer Fernando Medina quer João Taborda da Gama simpatizam com a ideia de baixar a idade de voto, como pretende o PAN – Partido das Pessoas, Animais e Natureza, mas há um debate que se impõe.
Segundo Taborda da Gama, “a discussão deve ser feita na perspetiva de saber qual o reflexo nas democracias ocidentais do envelhecimento da população, de mudança do cabaz demográfico, de termos pessoas cada vez mais velhas a viver até mais tempo, que tendencialmente votam mais e se isso não tem de ser compensado, por várias razões, com a descida da idade de voto para trazer uma recomposição ideológica”.
“Eu antecipava a idade do voto, sem dúvida”, sublinha, mas “colocaria a questão” na eventual necessidade de “as democracias precisarem que baixemos a idade de voto para contrabalançar uma agenda demasiadamente conservadora que pode ser imposta através de votantes mais velhos”.
E esse debate, admite, é “difícil de fazer”.
Quanto à campanha eleitoral que começou esta semana, Fernando Medina diz que “há mais tempo de pré-campanha do que campanha oficial” e não acredita “que vá haver uma mudança fundamental dos argumentos que cada força já avançou”.
João Taborda da Gama considera que, apesar de pouco, tem havido mais debate sobre Europa do se esperava e espera que o PS inverta a tendência da pré-campanha.
“O que se vê é ter o Partido Socialista um pouco a comportar-se como o ‘challenger’ e os outros partidos, da direita, como incumbentes. Penso que na campanha, o PS tenderá a inverter essa tendência, mas temos pouco tempo”, vaticina.