SNS no limiar da rutura apesar de reforço de 1.600 camas
21-01-2021 - 16:40
 • Joana Gonçalves

Apesar do aumento de cerca de 1.500 camas em enfermaria e 108 camas de medicina intensiva afetas à Covid-19, a taxa de ocupação nos hospitais do Serviço Nacional de Saúde continua acima dos 90%.

Na última semana as enfermeiras e as unidades de cuidados intensivos dos hospitais do Serviço Nacional de Saúde foram reforçadas com mais de 1.600 camas destinadas a doentes com Covid-19. Mesmo assim, e apesar do esforço, a taxa de ocupação continua acima dos 90% e a pressão sobre o SNS não pára de aumentar.

De acordo com a última atualização, enviada pelo ministério da Saúde à Renascença, há agora “perto de 5.400 camas de enfermaria e 780 camas de medicina intensiva” afetas à Covid-19 nos hospitais do SNS.

Esta quinta-feira, o número de internamentos voltou a subir e a taxa de ocupação atinge os 90% em uci e supera os 91% em enfermaria Covid-19.

Fonte do ministério avança, também, que “a 18/01/2021, de acordo com a informação veiculada pelas ARS, estavam disponíveis por contratação/acordo pelas ARS um total de 848 camas do setor social, privado e militar”.


O SNS soma, no total, cerca de 1.200 camas habilitadas para a prestação de cuidados de medicina intensiva, o que quer dizer que cerca de 65% estão agora a ser utilizadas no combate direto à pandemia.

Questionado sobre a capacidade de resposta do SNS num cenário com mais de 700 internados Covid-19, o presidente da Sociedade Portuguesa de Cuidados Intensivos,defendeu que tal implicaria “muitos ajustes, muitos sacrifícios e muita mudança de estrutura”.

Em entrevista à Renascença, João Gouveia, afirmou que “todos os dias estamos numa tentativa de expansão máxima ou supra-máxima nos diferentes hospitais”. “Esse número obriga a que parte da resposta não-Covid seja mais sacrificada e que haja ainda uma maior expansão da medicina intensiva”, acrescentou.

Portugal regista esta quinta-feira o maior número de mortes devido à Covid-19 e um novo pico de internamentos.