Na última semana as enfermeiras e as unidades de cuidados intensivos dos hospitais do Serviço Nacional de Saúde foram reforçadas com mais de 1.600 camas destinadas a doentes com Covid-19. Mesmo assim, e apesar do esforço, a taxa de ocupação continua acima dos 90% e a pressão sobre o SNS não pára de aumentar.
De acordo com a última atualização, enviada pelo ministério da Saúde à Renascença, há agora “perto de 5.400 camas de enfermaria e 780 camas de medicina intensiva” afetas à Covid-19 nos hospitais do SNS.
Esta quinta-feira, o número de internamentos voltou a subir e a taxa de ocupação atinge os 90% em uci e supera os 91% em enfermaria Covid-19.
Fonte do ministério avança, também, que “a 18/01/2021, de acordo com a informação veiculada pelas ARS, estavam disponíveis por contratação/acordo pelas ARS um total de 848 camas do setor social, privado e militar”.
O SNS soma, no total, cerca de 1.200 camas habilitadas para a prestação de cuidados de medicina intensiva, o que quer dizer que cerca de 65% estão agora a ser utilizadas no combate direto à pandemia.
Questionado sobre a capacidade de resposta do SNS num cenário com mais de 700 internados Covid-19, o presidente da Sociedade Portuguesa de Cuidados Intensivos,defendeu que tal implicaria “muitos ajustes, muitos sacrifícios e muita mudança de estrutura”.
Em entrevista à Renascença, João Gouveia, afirmou que “todos os dias estamos numa tentativa de expansão máxima ou supra-máxima nos diferentes hospitais”. “Esse número obriga a que parte da resposta não-Covid seja mais sacrificada e que haja ainda uma maior expansão da medicina intensiva”, acrescentou.
Portugal regista esta quinta-feira o maior número de mortes devido à Covid-19 e um novo pico de internamentos.