Os EUA e a Rússia saudaram o acordo confirmado esta quarta-feira entre Israel e o movimento islamita Hamas para uma trégua de quatro dias, que prevê a libertação de reféns em Gaza e de prisioneiros palestinianos.
O Presidente norte-americano, Joe Biden, disse que estava "extraordinariamente satisfeito" com a possível libertação de reféns sequestrados em Israel por militantes do Hamas em 7 de outubro, no âmbito de um acordo aprovado pelo governo israelita.
"Estou extraordinariamente satisfeito que muitas destas almas corajosas (...) se reúnam com as suas famílias assim que este acordo for totalmente implementado", disse Biden num comunicado divulgado pela Casa Branca, a presidência dos Estados Unidos da América.
O líder norte-americano elogiou o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, pelo seu "compromisso" com "uma pausa prolongada para garantir que este acordo possa ser plenamente executado e garantir o fornecimento de ajuda humanitária adicional para aliviar o sofrimento das famílias palestinianas inocentes em Gaza".
"É importante que todos os aspetos deste acordo sejam totalmente implementados", alertou Biden.
O Presidente do EUA indicou também que a "maior prioridade" é garantir a segurança dos reféns norte-americanos.
"Desde os primeiros momentos do ataque brutal do Hamas, a minha equipa de segurança nacional e eu temos trabalhado em estreita colaboração com os parceiros regionais (...) Não vou parar até que todos sejam libertados", sublinhou Biden.
Também Moscovo demonstrou satisfação pelo acordo, resultado da mediação do Egito, dos EUA e do Qatar, sublinhando que "isto é exatamente aquilo a que a Rússia apelou desde o início da escalada do conflito".
A Rússia "saúda o acordo entre Israel e o Hamas sobre uma pausa humanitária de quatro dias", disse a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, Maria Zakarova, citada por agências de notícias do país.
O Qatar disse esta quarta-feira que vai ser anunciado nas próximas 24 horas o início de uma "pausa humanitária", que "terá a duração de quatro dias, sujeito a prorrogação".
"O acordo inclui a libertação de 50 reféns, mulheres e crianças civis, atualmente detidas na Faixa de Gaza, em troca da libertação de um número de mulheres e crianças palestinianas detidas em prisões israelitas", referiu o Ministério dos Negócios Estrangeiros catari.
"O número de pessoas libertadas irá aumentar em fases posteriores da implementação do acordo", acrescentou o comunicado.
O Qatar sublinhou que o cessar-fogo "irá permitir a entrada de um maior número de comboios humanitários e ajuda humanitária, incluindo combustível designado para necessidades humanitárias".
Israel aceitou na terça-feira o acordo, com todos os membros do executivo do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, a votarem a favor, exceto os três ministros do Partido do Poder Judaico (Otzma Yehudit), de extrema-direita, e o ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben Gvir.
O Hamas saudou esta quarta-feira o acordo, mas garantiu que a luta não terminou. "Confirmamos que as nossas mãos continuarão no gatilho e que os nossos batalhões triunfantes continuarão atentos", alertou o grupo, num comunicado.
Esta trégua surge após semanas de pressão crescente por parte da comunidade internacional e dos principais organismos internacionais, como as Nações Unidas, para pôr termo aos ataques incessantes, que também já causaram mais de 1,5 milhões de deslocados.
Telavive declarou guerra ao Hamas depois de o grupo islamita ter lançado um ataque contra Israel a 7 de outubro, no qual morreram mais de 1.200 pessoas e 240 foram raptadas e levadas para Gaza.