O presidente da Câmara de Sines declarou esta terça-feira que está inocente e que vai continuar a "colaborar com a justiça" no resto do processo. Nuno Mascarenhas é um dos nove arguidos da Operação Influencer.
O autarca saiu em liberdade, sem estar indiciado por nenhum crime, após estar detido durante seis dias. O Ministério Público tinha apontado Nuno Mascarenhas como suspeito de um crime de corrupção passiva e outro de prevaricação.
"Foram dias muito difíceis, marcantes, com impacto na minha vida pessoal e familiar, no quais o meu papel foi, e só podia ser, o de colaborar com a justiça". Essa postura, garantiu, vai ser mantida "ao longo de todo o processo".
Numa breve declaração aos jornalistas, no Salão Nobre dos Paços do Concelho, em Sines, Mascarenhas disse que, "estando inocente, como estou, foi com a seriedade possível que lidei com toda esta situação, convicto de que sempre pautei a minha conduta de presidente da Câmara Municipal de Sines na prossecução do interesse público, inerente ao exercício das funções para as quais fui eleito".
Sem poder acrescentar mais detalhes, "uma vez que o processo continua a correr", Nuno Mascarenhas reiterou "que a justiça fez o seu papel, e concluiu que não existe qualquer ilícito na minha conduta".
Antes de agradecer o apoio da família, dos colegas de executivo municipal e dos funcionários da autarquia de Sines, o presidente da Câmara salientou também que vai aguardar "com serenidade e tranquilidade o fecho do processo, confiante que a justiça irá prevalecer".
A Operação Influencer tornou-se pública na terça-feira passada, após buscas à residência oficial do primeiro-ministro, no Palacete de São Bento, assim como aos ministérios das Infraestruturas e do Ambiente.
Cinco pessoas foram detidas no mesmo dia: Nuno Mascarenhas, o consultor Diogo Lacerda Machado, o ex-chefe de gabinete do primeiro-ministro Vítor Escária, e os dois administradores da Start Campus, Afonso Salema e Rui Oliveira Neves. Todas saíram em liberdade, com medidas de coação mais ligeiras que as pedidas pelo Ministério Público.
Há mais quatro arguidos no processo: João Galamba, que se demitiu esta segunda-feira de ministro das Infraestruturas, o presidente da Agência Portuguesa do Ambiente, Nuno Lacasta, o advogado, antigo secretário de Estado da Justiça e ex-porta-voz do PS João Tiago Silveira, e ainda a empresa Start Campus.